Rangel exclui “ponderação” pedida por Rio e garante directas a 4 de Dezembro
Em declarações à margem de uma visita à Festa da Castanha no distrito de Viseu, o candidato à liderança social-democrata pôs de parte a ideia de adiamento da disputa interna sugerida por Rui Rio e assegurou que as eleições directas vão decorrer, como previsto, a 4 de Dezembro.
Para Paulo Rangel “não faz sentido fazer ponderação” sobre um eventual adiamento das eleições directas para a presidência do PSD para depois das legislativas antecipadas, ideia sugerida por Rui Rio.
Em declarações feitas à margem de uma visita à Festa da Castanha em Sernancelhe, distrito de Viseu, e reproduzidas pela RTP3, o eurodeputado e candidato à liderança do PSD garantiu que as “eleições [internas] vão ser no dia 4 de Dezembro, vão ter lugar”.
Além de prometer não voltar a comentar o calendário das eleições legislativas, uma “competência exclusiva do Presidente [da República]”, Rangel defendeu que “é mau que não vá um líder legitimado às eleições [legislativas]”. “A mim não me ouvirão nenhum condicionamento” a Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentou.
Rangel considera que as legislativas antecipadas devem ter lugar a 20 ou 27 de Fevereiro. Já o actual líder do PSD defende que as eleições decorram a 9 ou 16 de Janeiro e que o processo de disputa interna seja adiado de modo a que os sociais-democratas se possam concentrar na preparação desse acto eleitoral.
Marcelo recebe este sábado em Belém os partidos com assento parlamentar para avaliar qual o melhor momento para a ida a eleições antecipadas.
Esta sexta-feira, em entrevista à SIC, Rui Rio afirmou que se o Presidente agendar as legislativas para o final de Janeiro ou mesmo Fevereiro estará a mostrar preferência por Rangel em detrimento do “interesse nacional”. A comitiva social-democrata será auscultada em Belém ao fim da tarde deste sábado.
Rangel frisou ainda ter como única “preocupação” a apresentação de um “programa aos portugueses”, garantindo estar “concentrado nessa missão patriótica, nacional” através da qual pretende “combater a pobreza” e “criar riqueza” para que Portugal possa virar a página das “políticas socialistas”.
O eurodeputado reiterou ainda que a clarificação quanto à liderança social-democrata será benéfica para o PSD e o futuro líder.
Pinto Luz: Rio não tem “legitimidade política” para ser candidato a primeiro-ministro
Em “reacção à tentativa de adiamento das eleições internas e pressão" sobre o Presidente da República, Miguel Pinto Luz escreveu no Facebook que “Rui Rio é hoje um líder que esqueceu que defender os interesses do PSD está longe de ser sinónimo de defender os seus interesses pessoais”.
O vice-presidente da Câmara de Cascais e apoiante de Paulo Rangel critica “as várias tentativas de condicionamento da posição" de Marcelo Rebelo de Sousa e afirma que “Rui Rio é obviamente um presidente sem a legitimidade política para ser candidato a primeiro-ministro”. “Forçar uma legitimidade formal, provocada por adiamentos e expedientes formalistas, em nada ajudará ao resultado do PSD nas legislativas que se aproximam”, assevera.
Pinto Luz reforça que o actual presidente do PSD “continua a insistir no adiamento de algo que está marcado e que continua a representar a vontade do partido, expressa em conselho nacional”.
Texto actualizado às 20h11 com posição de Pinto Luz