Patrões querem falar com Costa antes de voltar à concertação social

Patrões admitem discutir aumento do salário mínimo de 665 para 705 euros no próximo ano, mas antes querem falar com o primeiro-ministro.

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Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os quatro presidentes das confederações patronais que, na semana passada, suspenderam a participação na CPCS LUSA/MÁRIO CRUZ

As confederações patronais admitem voltar às reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), nomeadamente para discutir a subida do salário mínimo em 2022, mas antes querem falar com o primeiro-ministro, António Costa, que acusam de desrespeitar este órgão no processo de revisão da lei laboral.

Depois de se terem reunido nesta sexta-feira com o Presidente da República, os presidentes das confederações do comércio e serviços (CCP), da indústria (CIP), do turismo (CTP) e da agricultura (CAP) vão agora pedir uma audiência com carácter de urgência ao primeiro-ministro, onde pretendem abordar a forma como a concertação deve funcionar e ser valorizada, além da questão do aumento do salário mínimo nacional.

Na semana passada, os patrões suspenderam a participação nas reuniões da CPCS e solicitaram uma audiência ao Presidente da República, perante a “desconsideração do Governo pelos parceiros sociais” na discussão sobre legislação laboral.

Na reunião com Marcelo Rebelo de Sousa os dirigentes das confederações patronais deram conta das suas preocupações e, à saída, deixaram a indicação de que estariam disponíveis para voltar à concertação.

“A nossa intenção é voltar a participar, nunca dissemos que íamos suspender, mas vamos discutir com o primeiro-ministro em que quadro a CPCS deve decorrer. Consideramos que a concertação social tem um papel importante”, resumiu João Vieira Lopes, presidente da CCP.

Francisco Calheiros, presidente da CTP, adiantou ainda, citado pela Lusa, que o salário mínimo será um dos temas a abordar na reunião com Costa.

“Iremos falar entre nós, iremos falar com o senhor primeiro-ministro e vamos esperar que seja agendado, porque gostamos de dar o exemplo e esses temas como o salário mínimo, que são temas que são determinantes, devem ser discutidos na concertação social”, referiu.

“A CAP, responsavelmente, participará na concertação para, exclusivamente, discutir esta matéria e permitir que possa evoluir positivamente, como legalmente exigido. Sem a auscultação da CPCS, o salário mínimo nacional não pode ser actualizado de forma unilateral pelo Governo”, acrescentou a CAP num comunicado divulgado após a reunião com Marcelo.

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