Dormidas de estrangeiros superam as de nacionais pela primeira vez após início da pandemia
Desde Março do ano passado que as dormidas de estrangeiros estavam abaixo das registadas por portugueses. Dados de Setembro mostram tendência de recuperação face a 2020, mas ainda muito abaixo de 2019.
O número de dormidas de estrangeiros nos alojamentos turísticos em Setembro superou o de portugueses, algo que acontece pela primeira vez desde que foi declarada a pandemia de covid-19, em meados de Março do ano passado. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pela estimativa rápida do INE, os não residentes foram responsáveis por 54% dos 5,6 milhões de dormidas registados no mês em análise, apesar de terem sido ainda a minoria em termos de número de turistas, com 47% dos dois milhões contabilizados. Este indicador mostra uma recuperação do turismo internacional, que tinha sido a principal base de receitas para o sector até à covid-19.
Os dados de Setembro confirmam também a tendência de recuperação face ao ano passado, com um crescimento de 52,3% no número total de hóspedes face ao mesmo mês de 2020, chegando aos 2,1 milhões, enquanto as dormidas subiram 58,4%, para os 5,6 milhões.
Nos primeiros noves meses de 2021, os valores superaram os de 2020 (período que contou com os dois primeiros meses sem pandemia) tanto em termos de dormidas como de hóspedes (estrangeiros e nacionais), depois de o mesmo se ter verificado em Agosto. Os dados das receitas só serão conhecidos no próximo dia 15 de Novembro.
Segundo os dados agora disponibilizados pelo INE, nos primeiros nove meses do ano “verificou-se um aumento de 19,5% das dormidas totais, resultante de variações de 28,7% nos residentes e de 9,4% nos não residentes”, face a igual período de 2020.
Se a comparação for feita com o mesmo período de 2019, verifica-se que os impactos negativos ainda são bem expressivos, com as dormidas a sofrerem um recuo de 54% (menos 14,4% nos residentes e menos 71,2% nos não residentes). Entre Janeiro e Setembro deste ano, diz o INE, “as dormidas de residentes representaram 56,3% do total, significativamente acima da quota verificada em 2019 (30,2% do total)”.
Olhando para os dados de Setembro, o mercado britânico foi o que liderou o ranking de dormidas de não residentes, com 19,1% do total (chegou às 580 mil dormidas), seguindo-se o alemão (13,2%), o espanhol (12,4%) e o francês (10,5%). De acordo com o INE, o Algarve concentrou 33,5% das dormidas nesse mês, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (19%), o Norte (15%) e a Madeira (12,4%).