Evergrande anuncia retoma de trabalhos em 10 empreendimentos parados desde Agosto
Gigante chinês, que atravessa uma grave crise de liquidez, pagou os juros de um empréstimo na semana passada, evitando entrar em incumprimento.
Depois da boa notícia para os mercados financeiros avançada na sexta-feira, de pagamento dos juros de um empréstimo emitido em dólares, evitando assim a entrada em incumprimento, a Evergrande acaba de anunciar que retomou os trabalhos em 10 empreendimentos imobiliários, em seis cidaddes, incluindo Shenzhen, parados desde Agosto, altura em que se agudizaram os problemas financeiros do grupo chinês.
A Reuters cita informação da empresa, divulgada na sua conta na rede social Wechat. O grupo não adianta, no entanto, quando poderão arrancar os trabalhos nos restantes 1300 projectos que se encontram parados.
Na origem da suspensão dos obras estiveram falhas no pagamento a fornecedores e a empreiteiros.
O anúncio do pagamento dos juros, no montante de 83,5 milhões de dólares (71 milhões de euros), e a informação deste domingo poderão minimizar o receio que existe nos mercados financeiros em relação à capacidade do grupo chinês em se manter de pé.
Mas com uma dívida gigante de mais de 300 mil milhões de dólares (quase 260 mil milhões de euros), e numa altura em que o mercado imobiliário chinês arrefece, continuará a ser uma preocupação, até porque há atrasos nos pagamentos de outros empréstimos, a beneficiar de moratórias temporária.
Na informação divulgada este domingo na rede social chinesa, a empresa refere que alguns dos projectos em que retomou os trabalhos estão na fase de decoração de interiores. A mensagem é ainda acompanhada da divulgação de várias fotografias de trabalhadores da construção em diferentes projetos, com data e hora carimbadas.
O segundo maior grupo imobiliário da China tem tentado acalmar os clientes e investidores, prometendo concluir a construção das casas, e garantindo que as obras num dos maiores estádios de futebol do mundo, na cidade de Guangzhou, “estão a correr como o planeado”.
A Evergrande também anunciou na passada sexta-feira que pretende dar prioridade no futuro ao seu negócio de veículos elétricos face ao do imobiliário.
A crise de tesouraria do grupo “contagiou” outros empresas do sector, que se encontravam igualmente muito endividas, e que já falharam o pagamento de empréstimos, também anunciou na passada sexta-feira os seus planos para dar prioridade no futuro ao seu negócio de veículos elétricos sobre o imobiliário.
Recentemente, um funcionário do Banco Popular da China (banco central) culpou a empresa pela crise de liquidez, mas ressalvou que o impacto da crise da Evergrande no sistema financeiro do país “é controlável”. Também a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China disse que a Evergrande é um “caso individual.
Desde o ínício do ano, as acções da empresa, cuja negociação esteve suspensa recentemente, por duas semanas, já perderam mais de 80%.