Steve Bannon acusado de desrespeitar o Congresso dos EUA
Recusa do antigo director de campanha de Donald Trump em depor na comissão de inquérito sobre a invasão do Capitólio vai ser apreciada pelo Departamento de Justiça. Se for alvo de uma acusação criminal, pode ser condenado a um ano de prisão.
Steve Bannon, o antigo director de campanha de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA em 2016, foi acusado pela Câmara dos Representantes norte-americana, na noite desta quinta-feira, de desrespeitar uma ordem do Congresso, e pode vir a ser alvo de uma acusação criminal.
Numa votação com 229 votos a favor e 202 contra, os congressistas autorizaram a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, a remeter o caso de desobediência de Bannon para o Departamento de Justiça, que irá decidir se há motivos para uma acusação criminal.
Se vier a ser acusado e considerado culpado, o antigo conselheiro do ex-Presidente Trump pode vir a ser condenado a um máximo de um ano de prisão.
Bannon, de 67 anos, recusou-se a acatar uma intimação para depor na comissão do Congresso que está a investigar a invasão do Capitólio por apoiantes de Trump, a 6 de Janeiro.
Desde que a comissão especial foi criada, em Julho, sem o apoio da liderança do Partido Republicano, o ex-Presidente norte-americano tem exigido aos antigos funcionários da Casa Branca que não colaborem com as investigações, alegando que os membros do poder executivo têm uma protecção especial para não divulgarem determinados assuntos confidenciais. Mas, tanto a comissão de investigação (que inclui apenas dois congressistas republicanos), como o Partido Democrata e a Casa Branca, consideram que os assuntos relacionados com a invasão do Capitólio não podem ser considerados assuntos de Estado.
A aprovação da censura de Bannon estava garantida à partida, com os votos da maioria do Partido Democrata, mas havia a expectativa de se saber quantos republicanos iriam juntar-se aos democratas na votação desta quinta-feira.
Ao todo, foram nove os republicanos que concordaram com a acusação de Bannon por desobediência, a maioria deles do grupo de dez que votaram a favor do segundo processo de destituição de Trump, a 13 de Janeiro de 2021.
Para além de Liz Cheney e Adam Kinzinger (os dois republicanos que estão na comissão de investigação do Congresso, e que também aprovaram o segundo impeachment), votaram a favor Peter Meijer, Fred Upton, John Katko, Anthony Gonzalez, Jamie Herrera Beutler (que também aprovaram o impeachment de Trump em Janeiro), Nancy Mace e Brian Fitzpatrick.