Partidos que negoceiam coligação querem ter novo chanceler a 6 de Dezembro
Ao todo há 22 grupos de trabalho a negociar o que será, se resultar, a primeira coligação “semáforo” a nível nacional. Atenções centram-se na figura que poderá ocupar as Finanças: liberais ou Verdes?
Sociais-democratas, liberais e Verdes começaram esta quinta-feira negociações formais depois das conversações exploratórias para a primeira coligação “semáforo”, chamada assim pelas cores das formações políticas, a nível nacional.
Olaf Scholz, o candidato social-democrata a chanceler, tinha prometido um governo até ao Natal, mas os partidos estão a prometer acelerar as negociações, e no dia das primeiras conversações deixaram clara a sua intenção de ter a votação parlamentar para eleger o novo chanceler na semana de 6 de Dezembro – o que deixaria, nota a Deutsche Welle, Angela Merkel a 11 dias de bater o recorde do chanceler mais tempo no cargo, Helmut Kohl. Por outro lado, também significaria que seria Scholz a representar a Alemanha na próxima cimeira europeia, a 16 e 17 de Dezembro.
Os partidos têm 22 grupos de trabalho a negociar o programa do Governo área por área, e todos têm dito que não há discussão quanto às pessoas poderão ocupar que cargos. Depois da eleição esperava-se que o Partido Liberal Democrata (FDP) pressionasse para que fosse Christian Lindner o próximo ministro das Finanças, mas começam a surgir notícias que também os Verdes ambicionam o cargo para o seu co-líder, Robert Habeck.
O que se sabe para já em termos de compromissos é favorável ao FDP, o partido menos votado dos três (11,5%, contra 14,8 dos Verdes e 25,7% do SPD): não haverá aumento de impostos nem da dívida. O SPD e os Verdes fizeram campanha pelo aumento do salário mínimo para 12 euros por hora e este é outro dos compromissos certos, enquanto os Verdes desistiram do limite de 130 km/h em todas as auto-estradas (no país algumas auto-estradas não têm limite de velocidade, e um limite geral ajudaria a reduzir emissões de CO2). Os Verdes conseguiram um acordo para um acelerar do fim de produção de carvão, resume a Deutsche Welle.
Enquanto isso, surgiu outro desafio para as conversações: o novo Governo irá escolher um sucessor de Jens Weidmann na chefia do Banco Central do país. O Financial Times diz que se espera que este cargo seja parte de um pacote que reflicta equilíbrios vários entre os partidos incluindo, claro, a pasta das Finanças. A importância de ocupar este cargo poderá ser maior quando quem o ocupar o deixar: o Financial Times especula que poderá ser alguém da Alemanha a suceder a Christine Lagarde no Banco Central Europeu quando esta se afastar em 2027, já que isso nunca aconteceu.