O resgate dos cães de La Palma avança: “O que não queremos é ficar sem bateria ao sobrevoar a lava”

Depois de dias a avaliar a missão de resgate, as autoridades espanholas autorizaram a operação. O operador terá apenas quatro minutos para atrair um cão para a rede, e mais quatro minutos para o retirar pelo ar.

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A empresa galega especialista em drones que disse ter uma forma de resgatar os cães cercados pela lava em La Palma recebeu na terça-feira autorização para avançar com a operação. 

Os três cães estão há semanas presos num recinto murado abandonado coberto de cinzas vulcânicas, na ilha de La Palma. Têm sido alimentados por drones que deixam cair embalagens de comida, mas ninguém tinha uma solução para os salvar. Os helicópteros estão proibidos de sobrevoar a área devido ao gás quente que pode danificar os seus rotores e a área está inacessível por terra.

Jaime Pereira, presidente da Aerocamaras, disse que planeia enviar um drone de 50 quilogramas equipado com uma rede grande para tentar encurralar os cães, um a um, e levá-los para um local seguro, a 450 metros de distância da lava que flui. Demorou vários dias, mas, depois de avaliar a missão de resgate proposta, as autoridades de emergência espanholas afirmaram, numa declaração, que tinham decidido autorizá-la. O resgate será feito pro bono

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A rede que irá transportar os cães DR

É a primeira vez que um animal é resgatado com um drone e a primeira vez que tem de ser capturado”, disse Pereira à Reuters. “Esta é a última opção que os cães têm? Então vamos buscá-los.”

As equipas deslocaram-se para a ilha antes de receberem a luz verde para avançar com a missão de transporte de seres vivos com recurso a um drone. Depois de receberem a autorização, a 19 de Outubro, começaram a testar a operação e foram autorizados a fazer um voo de reconhecimento da zona onde estão os cães, na localidade de Todoque, explicam, através da conta do Twitter da empresa, que tem atraído muita atenção. 

A “prova requerida consistiu num voo de 1200 metros com o drone a carregar uma carga de 15 quilogramas”, escrevem. “Os nossos técnicos realizaram-na com êxito, superando a distância em 200 metros, com mais meio quilograma de carga e 35% de bateria.” 

“A largura da rede dos técnicos da empresa galega escolhida pela Leales.org, entre meia dúzia de empresas, demonstra a complexidade do resgate”, escreve a organização sem fins lucrativos que está há semanas a tentar ajudar os animais.

No centro da rede foi posta comida húmida que servirá de isco para os animais. Quando um deles calcar a rede para tentar chegar à comida o drone levanta e o cão fica preso sem possibilidade de sair até o drone aterrar, explica a organização. 

O operador terá apenas quatro minutos para atrair um cão para a rede, e mais quatro minutos para o retirar pelo ar. Em última análise, a missão depende de como os cães irão responder à máquina, disse Pereira.

“O que não queremos é ficar sem bateria ao sobrevoar a lava”, disse Pereira, à agência Reuters.

As imagens mostram os cães muito magros, depois de vários dias encurralados. “Eles têm comido muito pouco durante semanas. Podem vir, ou ficar assustados com o drone. Dependemos realmente da sua reacção”.

A angariação de fundos para o resgate que a Leales.org criou há quatro dias angariou já quase 15 mil euros do objectivo de 20 mil. Como a Aerocamaras decidiu entretanto encarregar-se dos custos da missão, o valor angariado será usado para pagar as dívidas veterinárias das associações de animais de La Palma. 

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