PCP insta Governo a procurar respostas “possíveis” em vez de “dramatizações políticas”
Jerónimo de Sousa recusa “pressões” e diz que até à votação do Orçamento na generalidade ainda é tempo de encontrar respostas.
O secretário-geral comunista defendeu esta terça-feira que o que se exige em matéria de Orçamento do Estado são “respostas para os problemas e não dramatizações políticas”, sustentando que essas respostas “não só são necessárias como são possíveis”.
“São exigidas respostas para os problemas e não dramatizações políticas”, disse Jerónimo de Sousa, enquanto discursava durante uma sessão intitulada “Envelhecer com direitos. Surto epidémico. As respostas necessárias”, no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa.
O dirigente comunista sustentou que as propostas que o partido colocou em cima da mesa durante as negociações do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) “não só são necessárias como são possíveis”. Jerónimo de Sousa também ironizou as declarações feitas por “um daqueles comentadores de cadeira fixa” para exemplificar o impasse com o Governo.
O “comentador de serviço” fez a “síntese das sínteses” sobre as opções do Governo e sobre os “limites que não podem ser ultrapassados”. “O que era? Défice, dívida e, dizia também, as leis laborais. Em síntese, demonstrou que o Governo do PS tem um problema. Não tem dúvidas da justeza destas propostas [do PCP], mas fez opções, fez escolhas”, completou o membro do Comité Central.
O PCP recusa “todas as pressões”, mas o dirigente comunista enviou um recado ao Governo: “Até à sua votação na generalidade ainda é tempo de encontrar respostas”.
Depois de ouvir vários elementos do MURPI - Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos e da Inter-reformados/CGTP-IN sobre as dificuldades económico-financeiras enfrentadas pelos pensionistas, o secretário-geral do PCP disse que o partido propõe a ruptura “com a ideia de que o aumento da esperança de vida é um fardo social insustentável para o erário público”.
Melhorar as condições de vida dos pensionistas, prosseguiu, passa também pelo Orçamento do Estado, mas o executivo socialista “teima em não dar um sinal de inversão na necessária reposição do poder de compra, de todos os reformados e pensionistas com pensões acima dos 658 euros”.
“A questão não está em saber se há um qualquer Orçamento, mas sim em garantir que esse Orçamento e o que ele traduz de opções para além dele dê um sinal claro de um caminho que responda aos problemas dos trabalhadores e do povo”, assim como para “a vida dos reformados”, considerou Jerónimo de Sousa.
A proposta de OE2022 apresentada pelo Governo, “mais uma vez”, falha em resolver “os problemas e a injustiça nas pensões dos trabalhadores em situação de desemprego de longa duração, nem tão pouco para com os trabalhadores que se reformaram com pesados cortes” nos valores das pensões.