Como será o mundo se o nível do mar continuar a subir?
Parece longínquo, mas as acções para evitar as previsões do Climate Central devem começar agora. A simulação mostra como vários pontos do mundo podem, literalmente, afundar. E a COP26 pode mudar o cenário, garante cientista.
O mundo como o conhecemos pode estar prestes a mudar: o espaço onde 10% da população mundial vive pode perder-se para o aumento do nível do mar se as emissões de carbono se mantiverem. Quem o diz é o Climate Central, que criou mapas e imagens comparativas de alguns locais como os conhecemos agora — e como podem ficar se as emissões de carbono aumentarem.
Cinquenta grandes cidades, principalmente na Ásia, e pelo menos uma em cada grande país de cada continente estão ameaçadas. E muitas pequenas ilhas podem desaparecer completamente.
“Uma imagem vale mil palavras, ou mil anos, neste caso”, disse o autor principal do trabalho, Benjamin Strauss, citado pelo Guardian. E se este futuro parece “longínquo”, a mil anos de distância, as acções para o evitar devem começar agora — e a COP26, que tem início a 31 de Outubro, em Glasgow.
“As decisões que forem tomadas em Glasgow e as acções que tomarmos esta década vão ramificar-se por centenas e milhares de anos”, refere Strauss. “Este grupo vai ser lembrado pelo que escolherem: vão escolher um futuro próspero com um clima onde é possível viver ou vão escolher afundar zonas costeiras de todo o mundo?”
Cumprir os objectivos do Acordo de Paris — e não ultrapassar o aumento de 1,5.ºC — pode reduzir a exposição ao nível do mar em cerca de metade. Mas, com base nas actuais emissões, espera-se que a Terra atinja (e talvez exceda) os 3.ºC em 2100.
As simulações mostram como é que várias cidades ficariam (ou poderão ficar) se as temperaturas — e, consequentemente, o nível do mar — aumentar. Entre estas simulações, figura também Lisboa: como seria se a temperatura aumentasse uns optimistas 1,5.ºC? E se aumentasse 4.ºC?
“Acho que é provavelmente mais fácil as pessoas pensarem no aumento do nível do mar como um problema que podem resolver, ou que há um certo nível que o aumento pode atingir e sobre o qual podemos planear. Mas a verdade é que mudamos de um mundo onde o nível do mar era estável para um onde está continuamente a aumentar”, lamenta Strauss.