A ilha de La Palma pertence ao arquipélago das Canárias e tem cerca de 85 mil habitantes. Vive agora a terceira erupção vulcânica num século, após a do vulcão San Juan, em 1949, e a do Teneguía, em 1971.

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção a 19 de Setembro. O flanco norte do vulcão desabou dias após a erupção e existem agora vários fluxos de lava activos. As escoadas de lava que já chegaram ao mar causaram a destruição de edifícios (incluindo escolas, complexos desportivos e uma igreja) e cobriram a região de cinzas. A plantação de bananas da ilha, que é a segunda maior do arquipélago das Canárias, também foi fortemente atingida. Até ao momento, não se registaram feridos ou mortos.

Uma nuvem de dióxido de enxofre com origem na erupção atingiu a Península Ibérica e está a “ocorrer sobretudo acima dos 3000 metros de altitude”, não afectando as concentrações deste gás à superfície. O vulcão emitiu gases e partículas para a atmosfera que podem ser transportadas até longas distâncias: algumas dessas partículas chegaram ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato. Na ilha, a qualidade do ar é "razoavelmente boa" e, por agora, o aeroporto de La Palma permanece aberto e operacional.

A lava roubou lugar ao mar: dez dias depois do início da erupção, a escoada de lava entrou em contacto com as águas do mar, a cerca de seis quilómetros do vulcão. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), a fajã – terra que resulta das escoadas de lava que penetram o mar – tinha já cerca de 20 hectares a 1 de Outubro, alterando a linha costeira original. Alguns mapas da ilha terão de ser redesenhados.