Curadoria artística da Arte Sonora de Raquel Castro vai estar em cinco festivais europeus

A directora do festival Lisboa Soa vai ser a curadora do Sound Art in Public Spaces, uma rede de cinco festivais e centros europeus que promovem a música contemporânea, experimental e a arte sonora.

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As cinco edições do festival de que é directora serão a base de um novo livro, Arte Sonora, Ecologia e Cultura Auditiva: Lisboa Soa 2016-2020 Vera Marmelo

A investigadora e realizadora de cinema Raquel Castro é, a partir deste sábado, curadora de Arte Sonora em cinco festivais europeus, numa altura em que o seu documentário Soa tem exibição marcada para a RTP2, no próximo dia 28.

Soa estreou-se em Setembro do ano passado, no festival IndieLisboa, e foi distinguido como o Melhor Filme na secção Outros Olhares, do Caminhos do Cinema Português. Neste trimestre, Raquel Castro vai apresentar três projectos complementares a nível nacional e internacional, indicou a investigadora.

Raquel Castro vai ser a curadora do Sound Art in Public Spaces, uma rede de cinco festivais e centros europeus que promovem a música contemporânea, experimental e a arte sonora. A investigadora está a fazer a curadoria “de uma exposição de arte sonora em diferentes espaços públicos para cinco grandes festivais de música contemporânea”, integrados nesta rede.

 O projecto, com a duração de um ano, tem levado Raquel de Castro a viajar pelas cidades de Kortrijk, na Bélgica, Den Bosch, nos Países Baixos, Aarhus na Dinamarca, Atenas e Oslo. A primeira inauguração acontece este sábado, em Korttrijk, na Bélgica. Em Den Bosch, nos Países Baixos, é inaugurada no próximo dia 2 de Novembro. Em Aarhus, decorrerá no âmbito do Spor Festival, no próximo dia 24 de Abril. Na capital grega será inaugurado em Junho, também do próximo ano, fazendo parte da programação do Onassis Stegi e, em Oslo, será em Setembro.

Outro projecto de Raquel Castro é o livro Arte Sonora, Ecologia e Cultura Auditiva: Lisboa Soa 2016-2020, celebrando as cinco edições do festival Lisboa Soa, de que é directora artística, e que inclui uma série de entrevistas, além de vários textos. Esta publicação não pretende ser “um catálogo do festival ou fazer um levantamento exaustivo de toda a programação que foi apresentada ao longo dos anos”, afirmou. “Neste livro focamos apenas as instalações sonoras”.

Raquel comissariou e produziu o festival em cinco anos “para, a partir deste universo de exploração e criação, provocar uma reflexão sobre os tempos que atravessamos e a forma como o som pode ajudar a despertar essa consciência colectiva que é urgente”.

A obra inclui entrevistas a Akio Suzuki, Barry Truax, Chris Watson, Hildegard Westerkamp, Jacob Kirkegaard, Jason Kahn, Jez Riley French, Leah Barclay, Luís Cláudio Ribeiro, Mileece e Peter Cusack, e conta com textos de Gustavo Costa, Joana Gomes Cardoso, José Sá Fernandes, Ivo Louro e Mikhail Karikis.

Raquel Castro é investigadora de paisagens sonoras, e o seu trabalho tem incidido na relação entre som, ambiente e urbanismo, e tem sido apresentado em diferentes formatos. É fundadora e directora do Lisboa Soa Sound Art Festival e do International Symposium Invisible Places.

Doutorada em Comunicação e Artes pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese Contribuições para uma Análise da Paisagem Sonora: Som, Espaço e Identidade Acústica, Raquel é também realizadora — refira-se o filme Soundwalkers, que foi exibido em vários festivais e conferências de som.

Raquel Castro é investigadora do Centro de Investigação em Comunicações Aplicadas e Novas Tecnologias da Universidade Lusófona, em Lisboa, no projecto “Experiência Aural, Território e Comunidade”.