Ainda não foi desta que o amigo James Blake desiludiu
A sua voz quase operática coabita agora com uma sonoridade ainda mais minimalista e despojada do que no passado recente.
Existe uma forma linear de descrever James Blake. Um trovador clássico que opera com electrónica. Mas basta adicionar uma camada de complexificação a esta nomeação para ser mais difícil situá-lo. As canções mais conhecidas possuem uma estrutura familiar, abordam temas relacionais (consigo próprio e com os outros) e a sua voz tem um travo confortável. Mas na maior parte dos álbuns existe também um borbulhar electrónico abstracto. As letras expõem vulnerabilidade, mas são mais alusões do que confissões. E mesmo nos momentos mais envolventes, a voz guarda alguns segredos, só se assim se percebendo que seja tão solicitado para colaborações (Beyoncé, Kendrick Lamar, Frank Ocean, Dave ou Travis Scott) por muitos nomes do hip-hop ou R&B.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.