Ainda não foi desta que o amigo James Blake desiludiu

A sua voz quase operática coabita agora com uma sonoridade ainda mais minimalista e despojada do que no passado recente.

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A voz quase operática coabita agora com uma sonoridade ainda mais minimalista do que no passado

Existe uma forma linear de descrever James Blake. Um trovador clássico que opera com electrónica. Mas basta adicionar uma camada de complexificação a esta nomeação para ser mais difícil situá-lo. As canções mais conhecidas possuem uma estrutura familiar, abordam temas relacionais (consigo próprio e com os outros) e a sua voz tem um travo confortável. Mas na maior parte dos álbuns existe também um borbulhar electrónico abstracto. As letras expõem vulnerabilidade, mas são mais alusões do que confissões. E mesmo nos momentos mais envolventes, a voz guarda alguns segredos, só se assim se percebendo que seja tão solicitado para colaborações (Beyoncé, Kendrick Lamar, Frank Ocean, Dave ou Travis Scott) por muitos nomes do hip-hop ou R&B.

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