Marcelo avisa que chumbo do Orçamento “muito provavelmente” conduziria a eleições

Presidente da República lança aviso aos partidos políticos.

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Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Presidente da República avisou nesta quarta-feira que um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2022 “muito provavelmente” conduziria à dissolução do parlamento e a eleições antecipadas, com “seis meses de paragem na vida nacional”.

Em declarações aos jornalistas, à saída das novas instalações da associação Ajuda de Berço, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que “dificilmente o Governo poderia continuar a governar com o Orçamento deste ano dividido por doze, sem fundos europeus”.

O chefe de Estado estimou que as eleições legislativas antecipadas se realizariam em Janeiro, que o novo Governo tomaria posse em Fevereiro e que só haveria Orçamento em Abril e realçou que neste período haveria uma "paragem em muitos fundos europeus”.

Após traçar este cenário, deixou a pergunta: “Será que o Orçamento a aparecer em Abril, supondo que era fácil aprová-lo em Abril, compensava os custos todos disto que eu acabei de vos dizer?”.

“Portanto, porque o bom senso mostra que os custos são muito elevados, tenho para mim que o natural é que, com mais entendimento, com menos entendimento, com mais paciência, com menos paciência, acaba por passar na Assembleia da República o Orçamento do Estado”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa, que na sexta-feira irá receber os partidos com assento parlamentar no Palácio de Belém.