Com 111 milhões de espectadores, Squid Game é a maior estreia de sempre da Netflix

Série sul-coreana supera títulos como Bridgerton, que nas primeiras semanas terá atraído cerca de 82 milhões de subscritores.

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Na série, 456 pessoas com problemas financeiros inscrevem-se num concurso obscuro que ofertará ao vencedor quase 33 milhões de euros Reuters/KIM HONG-JI

A Netflix revelou esta terça-feira que cerca de 111 milhões de espectadores já assistiram à série Squid Game desde que os seus nove episódios aterraram no catálogo da plataforma, há pouco menos de um mês. Segundo um tweet da empresa, a criação distópica do sul-coreano Hwang Dong-hyuk corresponde à sua “maior estreia de sempre”, superando, por exemplo, títulos como Bridgerton, que se estreou em Dezembro do ano passado e que nas primeiras semanas terá atraído cerca de 82 milhões de subscritores.

No fim-de-semana, Squid Game ocupava o primeiro lugar na lista dos títulos mais populares do serviço de streaming em 90 países (incluindo Portugal e os Estados Unidos). Ted Sarandos, director de conteúdos da Netflix — cuja forma de contabilizar as suas audiências difere dos moldes tradicionais (basta um subscritor contactar dois minutos com um filme ou uma série para a empresa contabilizar essa interacção) —, já veio dizer que a série pode mesmo vir a tornar-se “o maior sucesso de sempre” no que a produções originais da plataforma diz respeito.

No universo da série, 456 pessoas com problemas financeiros inscrevem-se num concurso obscuro que ofertará ao vencedor um prémio de quase 33 milhões de euros. Aquilo que não sabem é que o torneio é composto por seis jogos infantis — e que quem não conseguir qualificar-se para a ronda seguinte é morto a tiro.

É no tema da desigualdade de classes que o realizador e argumentista Hwang Dong-hyuk tenta centrar a discussão. “A ideia foi escrever uma alegoria da sociedade capitalista dos nossos dias, que retratasse uma competição extrema. Mas quis usar o tipo de personagens que todos conhecemos na vida real”, disse recentemente à revista Variety, a quem explicou também que, apesar de o seu país de origem estar a conseguir exportar alguns fenómenos no campo das artes e do entretenimento — o grupo musical BTS, o artista Psy e o oscarizado cineasta Bong Joon-ho, por exemplo —, a sociedade sul-coreana é também “extremamente competitiva e stressante”: “Temos 50 milhões de pessoas num lugar pequeno. E, isolados do continente asiático pela Coreia do Norte, desenvolvemos uma mentalidade de ilha. Estamos sempre a preparar-nos para a próxima crise. De certa forma, isso é um factor de motivação, mas tanta competição também tem os seus efeitos colaterais.”

Squid Game foi produzida e rodada entre Junho e Outubro de 2020 — ou seja, em plena pandemia. Em Fevereiro deste ano, a Netflix anunciava a intenção de investir cerca de 500 milhões de dólares (pouco mais de 432 milhões de euros) na produção de longas-metragens e séries sul-coreanas originais em 2021.

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