De que falamos quando falamos da Guerra Colonial?
Peça de Rodrigo Francisco é como uma grande interrogação, melhor, uma exposição de factos contraditórios, muitas vezes conflituosos, sujeitos de muitas análises, todas incapazes de encontrar uma razão objectiva do mal-estar que a guerra colonial causa 50/60 anos depois.
Um helicóptero sobrevoa a plateia. Sente-se a deslocação do ar como um arrepio enquanto percorre o espaço, o ruído das pás do aparelho afastando-se, deixando na selva que agora é o palco um soldado em agonia e outro em lágrimas. É uma memória que o tempo devia esvanecer, mas que fica guardada. Cativa até ao momento em que por alguma razão, um ruído, uma frase, um olhar de soslaio, qualquer coisa, regressa crua e violenta. Como a este homem acabado de divorciar que vai almoçar ao sítio do costume e num repente parte a loiça toda.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.