Covid-19. Dose de reforço da Pfizer “segura e eficaz” mas ainda é cedo para recomendação

A autoridade de saúde europeia também concluiu que pessoas com o sistema imunitário “gravemente enfraquecido” podem receber uma terceira dose da vacina da Pfizer ou da da Moderna pelo menos 28 dias após a segunda inoculação.

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Neste momento, quando administradas em duas doses, as vacinas protegem contra as graves consequências da covid-19, refere a EMA Thomas Samson/Reuters

Apesar de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter considerado “segura e eficaz” uma dose de reforço da vacina Pfizer para a população em geral, pelo menos seis meses após a segunda dose, esta agência admitiu que, neste momento, não pode fazer uma recomendação precisa quanto à data e a quem se destina uma terceira dose da vacina.

Em conferência de imprensa, Marco Cavaleri, responsável pela Estratégia de Vacinação da EMA, sublinhou que a conclusão a que chegaram os especialistas daquela entidade sobre a terceira dose para população em geral com sistema imunitário saudável é uma atitude prudente, observando que compete aos países-membros tomar as decisões sobre suas campanhas de vacinação. “O que sabemos, neste momento, é que, quando administradas em duas doses, as vacinas protegem contra as graves consequências da covid-19, incluindo hospitalização e morte”, realçou, notando que “a implementação de campanhas de vacinação na União Europeia é uma prerrogativa das autoridades sanitárias” em cada um dos Estados-membros.

Apontando a necessidade de se avaliar a protecção oferecida pelas vacinas ao longo do tempo, a EMA acredita que a dose de reforço dará uma resposta imunitária “muito maior” do que a segunda inoculação e as pessoas vacinadas “terão potencialmente uma quantidade notável de anticorpos”.

Além disso, apontou a EMA, a miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, é o principal problema de segurança que surge com as vacinas da Pfizer e da Moderna, especialmente após a segunda dose. A EMA admite que não pode ainda “caracterizar este risco após uma terceira dose, porque ocorre muito raramente” e este é um ponto que os países europeus terão de ter em consideração na decisão sobre a dose de reforço. Os casos relatados até agora são “leves”, garante.

A EMA também está a avaliar um pedido da Moderna para a administração de uma dose de reforço pelo menos seis meses após a segunda dose em pessoas com 12 anos ou mais, mas ainda não há data para comunicar o resultado da avaliação que o Comité dos Medicamentos para Uso Humano está a realizar.

A autoridade de saúde concluiu igualmente que pessoas com o sistema imunitário “gravemente enfraquecido” podem receber uma terceira dose da Pfizer ou da Moderna pelo menos 28 dias após a segunda inoculação, numa tentativa de aumentar a protecção e a capacidade de produzir anticorpos contra o coronavírus.