Rock in Rio 2022: Delfins, Ney Matogrosso e um diálogo sobre o futuro
Novidades do festival que foi adiado duas vezes foram divulgadas esta quinta-feira à tarde numa conferência de imprensa.
Não há grandes novidades sobre o cartaz do Rock in Rio Lisboa de 2022, que voltará, em princípio, ao Parque da Belavista em Junho de 2022. Mesmo antes da conferência de imprensa desta quinta-feira, que decorreu em Lisboa em livestreaming para o mundo, com actuações de Bárbara Tinoco e The Black Mamba, já se sabia que nomes como Liam Gallagher, The National, Foo Fighters, David Carreira, Ellie Goulding, Black Eyed Peas, Bush, A-ha, Duran Duran, Post Malone, Anitta, Jason Derulo, HMB e os inevitáveis Ivete Sangalo e Xutos & Pontapés iam actuar no Palco Mundo, o maior palco do festival, nos fins-de-semana de 18 e 19 e 25 e 26 de Junho. A versão no Rio de Janeiro decorre em Setembro.
Confirmou-se, agora, que o palco Galp Music Valley terá, além dos artistas que se apresentaram na conferência, algumas novidades e outros que já tinham sido anunciados para 2020, como a reunião dos Delfins e Ney Matogrosso, que abriu o Rock in Rio original em 1985. Actuarão também, nesse palco, Linda Martini, Sam The Kid & Mundo Segundo, Moullinex & Xinobi, Iza, Edu Monteiro, Funk Orquestra e MC Rebecca.
Era mesmo para ser assim. “A direcção trabalhou arduamente para não ter novidades em determinados nomes”, explica Roberta Medina, a organizadora, ao telefone com o PÚBLICO. “Há 60 mil pessoas que terão ficado três anos com ingressos na mão, tinha de se fazer o máximo para não fazer nada de diferente”, confessa, referindo o adiamento causado pela pandemia. Outros artistas “nacionais e internacionais” serão revelados aos poucos, ao longo dos próximos meses, garante.
A apresentação, diz, tinha como objectivo “retomar a conversa” e “celebrar o reencontro”, com novidades sobre palcos, metas para sustentabilidade até 2030, com desperdício e lixo zero e inclusividade no acesso ao festival, e demonstrar que estas questões vão ser muito importantes. “O mercado, a sociedade e os governos estão muito alinhados na certeza da urgência e do ajustar rota. O entretenimento tem de ser palco disso, uma grande plataforma capaz de inspirar as pessoas para mudar acções e comportamentos”, continua.
“Decidimos que seria esse o foco”, declara. O festival, afirma, já vinha “fazendo isso”, mas em segundo plano. “Agora cada palco tem a sua conversa, com a linguagem da música, entretenimento, humor. É o que as pessoas querem, o público pede conversas relevantes”, conta. Os palcos terão, na “cenografia” e na “estrutura”, além dos conteúdos, formas de reflectir essa cultura. A Rock Street, por exemplo, “não será dedicada a uma única cultura”, haverá um palco digital, para “inclusão digital, com humor, música, muita fala e performances”, um espaço com grandes chefs e comida, focado em “alimentação sustentável, sistemas alimentares e viabilidade dos centros urbanos”, outro dedicado aos vídeojogos, algo que “tem o poder de juntar gerações” e uma “linguagem essencial para o futuro”. Acima de tudo, resume, o festival vai “buscando no entretenimento voz para essas conversas”. “Não pode ser chato”, remata.