Jerónimo admite que resultado da CDU “ficou aquém dos objectivos”

O secretário-geral do PCP viu-se obrigado a admitir que não são os “resultados desejados”, mas salientou o facto de a CDU se manter como a terceira força política a nível autárquico.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa RODRIGO ANTUNES/EPA

Num discurso de quatro minutos e meio de reacção aos resultados que já vão sendo conhecidos, o secretário-geral do PCP admitiu o esperado: que o resultado da CDU “ficou aquém dos objectivos colocados”. Almada não virou para a CDU novamente e Beja também não, por exemplo. Mas Jerónimo de Sousa também vincou que apesar das perdas, a coligação que junta o PCP, o PEV e a ID "é uma grande força do poder local”.

Lembrou que os resultados são “obtidos num quadro particularmente exigente" e que a pandemia trouxe uma “série de factores adversos”. Mas depressa passou às exigências no plano nacional - dos salários à legislação laboral, do aumento de pensões ao investimento no SNS, na escola e nos transportes públicos e numa rede de creches pública.

Perante a insistência dos jornalistas sobre o que se passou nos dez concelhos que a CDU queria recuperar - apesar de não serem conhecidos os resultados da larga maioria deles -, Jerónimo viu-se obrigado a admitir que não são os “resultados desejados”. Vincou que “as perdas são revezes para aprender a fazer melhor”. “Espero que não subestimem a grande votação em Beja e em Almada (...) Este PCP e os nossos amigos que constituem a CDU passaram muitos anos a lutar onde resistir já era vencer.” Salientou o facto de a CDU se manter como a terceira força política a nível autárquico - um feito que merece “atenção internacional”.

Quis marcar a diferença entre os resultados das autárquicas e a política nacional dizendo que as primeiras “não são determinantes na definição” da segunda, e prometeu que os comunistas se vão bater “por uma política diferente” já no próximo orçamento.

Uma certeza: “Não estou satisfeito com os resultados; temos muito que avaliar e reflectir sobre onde fizemos bem ou mal, onde temos que fazer melhor.”

E a pergunta e resposta da praxe: “Esta foi a sua última campanha? Não está nada previsto. Para vosso descanso, um dia deixarei de ser secretário-geral. Naturalmente, um dia ver-nos-emos noutro sítio.”

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