Quando o Exército alemão entrou em Chartres, o prefeito, desobedecendo às ordens do ministro do Interior, não fugiu. Rendeu-se e pediu para não haver sangue. Houve. Perante a resistência de soldados senegaleses desarmados (que já não obedeciam a ordens do esfrangalhado Exército francês) os alemães executaram os insurgentes e violaram e massacraram mulheres e crianças. Jean Moulin — era este o nome do prefeito, um presidente da câmara — é chamado ao Hôtel de France, onde as autoridades alemãs se tinham instalado. Contam-lhe a história ao contrário (teriam sido os senegaleses os criminosos) e pedem-lhe que assine um papel a comprovar o “facto”. Moulin recusa. Agridem-no e prendem-no. Na prisão, faz uma tentativa de suicídio com um pedaço de vidro que o obrigará a usar para o resto da vida (pouco mais tempo) um característico cachecol.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.