As várias vozes com que Cristina Carvalhal nos fala

Sou Uma Ópera, Um Tumulto, Uma Ameaça está em cena no Teatro São Luiz, Lisboa, até 10 de Outubro e parte da adaptação de O Mundo Ardente, livro da escritora Siri Hustvedt, numa contínua diluição de biografias.

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Cristina Carvalhal pôs em marcha uma narrativa que se constrói através de uma “simultaneidade de vozes e de ideias” cortesia São luiz/ estelle valente
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Em palco: Inês Rosado, Manuela Couto, Rosinda Costa e Sílvia Filipe cortesia São luiz/ estelle valente
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Narrativa baseada em "O Mundo Ardente", livro da norte-americana Siri Hustvedt cortesia São luiz/ estelle valente

Houve um momento no início dos ensaios de Sou Uma Ópera, Um Tumulto, Uma Ameaça em que Cristina Carvalhal se animou pensando que, no limite, se nada mais funcionasse, podia sentar as quatro actrizes a contarem aquela história. Inês Rosado, Manuela Couto, Rosinda Costa e Sílvia Filipe sentar-se-iam e desfiariam esta narrativa baseada em O Mundo Ardente, livro da norte-americana Siri Hustvedt, obra de uma escritora que se coloca na cabeça de uma artista plástica obcecada por uma filósofa e investigadora do século XVII. Havia, portanto, esse plano de recurso. Mas ao experimentar com um formato de conferência que, depois, se transforma na dinâmica colectiva de “um conjunto de vozes a inventar uma história”, a encenação desbloqueou e transformou-se num outro objecto, pouco habitual de se ver num palco de teatro.

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