Visitas hospitalares vão ser retomadas. Vai ser preciso certificado digital ou teste negativo

Novas regras entram em vigor a 1 de Outubro, anunciou o primeiro-ministro. Presidente da Associação dos Administradores Hospitalares diz que há tempo para as unidades se preparem para esta nova fase.

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Rui Gaudêncio

As visitas aos doentes internados nos hospitais vão ser retomadas a partir de 1 de Outubro, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro, na conferência de imprensa após a realização do Conselho de Ministros. O uso da máscara vai manter-se no acesso aos estabelecimentos de saúde, mas será também necessária a apresentação do certificado digital ou de um teste negativo. O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares diz que há tempo para as unidades se prepararem para esta nova fase e destaca a importância que a presença dos familiares tem na recuperação dos doentes.

Foi na apresentação das novas medidas desta fase de desconfinamento que António Costa anunciou que o “certificado digital permanecerá como condição de acesso” a várias áreas, especificando as “visitas a lares ou estabelecimentos hospitalares”, acrescentando de seguida que “as visitas hospitalares passam a poder ser retomadas”. O uso da máscara, que já é prática corrente, mantém-se “obrigatório nos hospitais e nas visitas hospitalares”, por serem “locais de risco para uma população mais vulnerável”.

Questionada pelo PÚBLICO sobre a revisão das regras relacionadas com as visitas hospitalares, a Direcção-Geral da Saúde disse que “aguarda pela publicação da resolução do Conselho de Ministros, que deverá acontecer em breve”.

A orientação em vigor, referente aos acompanhantes e visitas nas unidades hospitalares, foi publicada em Dezembro do ano passado, altura em que a vacinação ainda não se tinha iniciado e em que o país registava taxas de incidência superiores às actuais. Tendo em conta a nova realidade, e até pela questão da exigência de certificado digital ou de teste negativo para as visitas, a orientação terá de ser revista e a nova versão deverá ser publicada até 1 de Outubro, data em que entram em vigor as novas regras.

Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), considerou que “não existirão grandes problemas” na aplicação das novas regras, nomeadamente no que diz respeito à verificação do certificado digital ou teste negativo. “O prazo de uma semana é razoável. O ideal é que a orientação da DGS seja publicada o mais rápido possível para os hospitais emitirem as directivas internas”, referiu.

“Ainda existem muitas limitações"

“Para os doentes é bom. A questão de ter um familiar perto é essencial para a recuperação da pessoa”, disse, referindo, porém, que não poderá ser um voltar à pré-pandemia. “Creio que a orientação deve ter em consideração as infra-estruturas que as instituições ou os serviços têm. Um quarto com quatro ou cinco camas é diferente de um com duas. Não podem existir ajuntamentos. Temos de humanizar sem colocar em causa a segurança dos doentes e dos profissionais”, disse.

O desejável, continuou Alexandre Lourenço, “é que se possa evoluir para uma situação em que existam condições para que o acompanhante possa estar o maior tempo possível com o doente, mas tem de haver um grande esforço em infra-estruturas”.

A alteração das regras das visitas é algo muito aguardado por doentes e familiares. “Ainda existem muitas limitações. A maior parte dos serviços ainda não está a aceitar visitas ou aceitam  duas por semana, muitos continuam a solicitar marcação”, disse Alexandre Lourenço, salientando que a situação “já foi mais difícil” do que actualmente.

Até porque com o estabilizar da situação pandémica, muito pelo impacto da vacinação na redução dos casos graves e consequente diminuição da pressão sobre os hospitais, “desde o Verão que alguns hospitais começaram a alterar o regulamento das visitas”. Caso do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que ao PÚBLICO disse ter aprovado agora um novo regulamento, que começou a ser preparado em Junho e irá entrar em fase de teste na próxima segunda-feira. E será entretanto adaptado à resolução do Conselho de Ministros.

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