Trabalhadores das rodoviárias privadas em greve este segunda-feira em todo o país
Trabalhadores já têm outra paralisação marcada para 1 de Outubro, em protesto por melhores salários. Sector emprega mais de cinco mil pessoas.
Os trabalhadores das empresas rodoviárias privadas estão esta segunda-feira em greve, com outra paralisação já marcada para 1 de Outubro, em protesto por melhores salários, numa iniciativa que abrangerá mais de 90 empresas em todo o país.
Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) explicou que este sector emprega mais de cinco mil trabalhadores e que a decisão de convocar a greve foi tomada depois de uma tentativa falhada de chegar a acordo com a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (Antrop).
“Estas propostas que fizemos têm por base um acordo recente na TST [Transportes Sul do Tejo], não são uma novidade”, destacou, acrescentando que a paralisação começa às 3h00 e prolonga-se até à mesma hora de terça-feira. Na Rodoviária de Lisboa a greve incluirá também todo o dia 21 de Setembro.
De acordo com um comunicado publicado pela Federação no dia 13 de Setembro, as reivindicações dos trabalhadores incluem “o aumento imediato do salário base do motorista para 750 euros” e uma actualização na mesma percentagem para “o salário dos demais trabalhadores”.
Além disso, exigem uma “actualização do subsídio de refeição nos mesmos termos percentuais do aumento do salário do motorista” e “que se proceda à redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas (nas empresas onde o intervalo é maior)”.
Serviços mínimos no transporte escolar
Questionado sobre serviços mínimos, José Manuel Oliveira disse que a Fectrans tinha pedido um esclarecimento ao Governo, depois de um despacho “vago” em que se indica que só as carreiras contratualizadas para o transporte escolar terão estes serviços.
No comunicado do dia 13, a Fectrans alertava que “muitos trabalhadores do sector privado rodoviário de passageiros têm hoje um salário base igual ao salário mínimo nacional e os que auferem um pouco acima deste salário, se não conseguirmos que, de imediato, o salário base passe para 750 euros, num curto espaço de tempo passarão todos a auferir salários mínimos”.
“Não basta os patrões dizerem que são os primeiros a dizer que não querem um sector de salário mínimo, mas para que isso aconteça é preciso que o salário base cresça para o valor que propomos, para no próximo ano negociarmos novo valor que fique acima do que o Governo tem anunciado para 2023”, lê-se na mesma nota.