Many Pacquiao lança-se no combate contra Duterte nas Filipinas
O boxeur que ganhou títulos mundiais em oito categorias diferentes quer ser Presidente pelo partido dirigente, numa altura em que Duterte procura uma fórmula para se manter no poder.
O herói nacional filipino Manny Pacquiao, campeão do mundo de boxe em oito categorias diferentes, quer ser agora Presidente das Filipinas, tendo sido indicado por uma ala do Partido Democrático Filipino (PDP-Laban) como candidato à chefia do Estado nas eleições de Maio do próximo ano.
O punho de Rodrigo Duterte, símbolo do actual Presidente, parece assim ter encontrado um adversário à altura na sua busca para se manter no poder. O Presidente da mão dura (e fora da lei) contra o tráfico de droga está impedido constitucionalmente de se candidatar a novo mandato de seis anos, mas parece andar à procura de uma fórmula que lhe permita continuar a exercer o poder contornando os limites da Constituição, tal como Vladimir Putin tem vindo a fazer na Rússia.
Outra ala do PDP-Laban já o escolheu para candidato a vice-Presidente numa fórmula que incluía Christopher ‘Bong’ Go como incumbente do partido para chefe de Estado. Mas Bong Go já disse que não lhe interessa o cargo e agora cogita-se a possibilidade de ser a filha de Duterte, Sara Duterte-Carpio, a ser a escolhida.
Pacquiao, de 42 anos, actualmente senador da nação pelo partido, sabe que vai ter pela frente um duro combate político para o qual entra, ao contrário das suas lutas no ringue, com menos probabilidades de sair vencedor. As sondagens colocam-no muito atrás da filha do Presidente na corrida e as suas hipóteses políticas de sucesso têm até vindo a diminuir.
Mesmo assim, o boxeur, que quer combater a pobreza e a corrupção no Governo e ameaça com mandar prender quem for apanhado a roubar o Estado, não desanima e no dia em que uma parte do PDP-Laban o nomeou como candidato afirmou, citado pela BBC: “Sou um lutador e serei sempre um lutador, dentro e fora do ringue”, por isso, “aceito a vossa nomeação para candidato a Presidente da República das Filipinas.”
Antes de chegar às urnas, no entanto, Pacquiao terá ainda de ver qual será a decisão da comissão eleitoral filipina em relação a qual das candidaturas do PDP-Laban será aceite. Em Julho, o boxeur chegou a ter uma ordem de expulsão do partido depois de ter criticado Duterte a propósito da sua posição sobre a China e na falta de resultados na luta contra a corrupção, mas a ala que agora lançou a sua candidatura impediu que isso acontecesse.