Cotrim Figueiredo critica ministros que usam “a sua posição” na campanha autárquica

O líder da IL, que participava como “amigo” e “apoiante” na acção de campanha do candidato independente Rui Moreira à Câmara do Porto, cujas listas do movimento integram membros do IL, afirmou ainda que também o primeiro-ministro, António Costa, “deu a entender que votar em candidatos do PS facilitaria a utilização de fundos da bazuca [Plano de Recuperação e Resiliência]”.

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LUSA/ESTELA SILVA

O líder da Iniciativa Liberal (IL) afirmou este sábado ser “questionável” e “criticável” quando ministros “usam a sua posição” em campanhas eleitorais socialistas, reforçando que isso “também aconteceu com o primeiro-ministro” relativamente à utilização de “fundos da bazuca”.

“Acho que a presença de ministros, principalmente quando são militantes dos partidos, é absolutamente legítima e não há algo mais normal. Onde começa a ser muito questionável e criticável é quando usam a sua posição para dar a entender que o voto no partido que está no Governo pode trazer benefícios aos munícipes dos concelhos que visitam”, afirmou hoje João Cotrim de Figueiredo, no Porto.

Em causa está a presença na sexta-feira da ministra da Saúde, Marta Temido, e do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, na campanha eleitoral do candidato do PS à Câmara do Porto. 

O líder da IL, que participava como “amigo” e “apoiante” na acção de campanha do candidato independente Rui Moreira à Câmara do Porto, cujas listas do movimento integram membros do IL, afirmou ainda que também o primeiro-ministro, António Costa, “deu a entender que votar em candidatos do PS facilitaria a utilização de fundos da bazuca [Plano de Recuperação e Resiliência]”.

“Isso é tão inaceitável que, não só a Comissão Nacional de Eleições (CNE) veio recomendar cautela, como o próprio primeiro-ministro fez algo que não é nada comum nele, que é remar violentamente para trás, desdizendo as afirmações que várias vezes vimos nas televisões. Agora é um bocadinho tarde para desdizer”, referiu.

Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), João Cotrim de Figueiredo disse ser “a única coisa que o Partido Socialista tem a dizer sobre o futuro”.

“Se formos a retirar as expressões fundos europeus, bazuca, PRR do discurso do PS, em relação ao futuro não sobre nada”, destacou.

Referindo que o primeiro-ministro “não faz ideia de como faz o país crescer” e que tal vai “condicionar determinantemente a capacidade” de o país resolver os problemas que tem, João Cotrim de Figueiredo defendeu que a IL é “claramente o único partido que está a pôr o crescimento económico no topo das prioridades”.

“O PS demonstra vez após vez que não tem qualquer ideia de como fazer crescer o país e responder à pergunta que todos os portugueses fazem diariamente, porque é que outros países na mesma condição que Portugal crescem e nos ultrapassam ciclicamente na tabela do crescimento económico?”, questionou.

E concluiu: “Sem resolver este problema não vamos ter uma solução para os outros problemas”.