Leu bem. Nasceu em Portugal aquele que, muito provavelmente, será o primeiro e único “parque temático” no mundo dedicado ao gin, a bebida destilada que, no caso da Black Pig, é composta por botânicos característicos do montado alentejano, de produção biológica e 100% artesanal.
O termo “parque temático”, utilizado pela própria empresa, talvez seja algo exagerado, mas a verdade é que nesta “Vila do Gin” todas as actividades propostas estão de alguma forma ligadas à bebida e ao modo de produção da Black Pig, localizada na Herdade do Sobral, em Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém.
A experiência começa com uma visita à destilaria (5€ por adulto), onde é possível “acompanhar de perto todas as fases da produção” deste gin alentejano, no mercado desde 2018 e considerado, no ano seguinte, “o mais premiado da Europa”; assim como do fabrico do primeiro rum produzido em Portugal Continental e da aguardente de medronho.
De seguida, o convite passa por descobrir a paisagem que proporciona os sabores distintivos do gin Black Pig, ao percorrer os cerca de 2,5 quilómetros do trilho que “atravessa o parque de conservação animal e ambiental” da herdade. É aqui que se encontram parte dos ingredientes que compõem a bebida, assim como “todas as espécies que daqui são autóctones”, incluindo a raça de porco preto alentejano que dá nome ao gin, os animais da quinta pedagógica e algumas espécies cinegéticas, como os veados, “que aqui são fundamentais para a sustentabilidade do ecossistema” que se pretende preservar, enumera o comunicado de imprensa.
No showroom da marca, “com capacidade para 1200 pessoas” e ao ar livre, “completamente integrado na natureza, entre lagos, ilhas e sobreiros centenários”, os visitantes mais graúdos podem ainda beber um cocktail, provar as diferentes referências da marca ou fazer uma degustação de gin e tapas (37€ para duas pessoas), com vista “para as duas faces do Alentejo”: a costa e o montado.
Já a pensar nos mais novos, o passeio pela herdade (15 hectares) faz-se num “Gin Safari”, confortavelmente sentados em garrafas de gin gigantes puxadas pelo tractor da quinta. Prometem-se ainda “brincadeiras da quinta”, no espaço ao ar livre.
E, aos fins-de-semana, o dia culmina com “uma actuação mágica”: “criaturas míticas”, que “representam os guardiões da natureza”, entregam de forma simbólica os diversos botânicos à Black Pig, numa “homenagem à Mãe Natureza”, dando início a um “espectáculo de fogo”, em representação do processo de destilação, da “fusão dos elementos botânicos, água e fogo”, a “alquimia que dá vida ao gin Black Pig”.
Criada por Miguel Ângelo Nunes, a produção da Black Pig obedece ao “conceito do ciclo sustentável”, primeiro na colheita manual dos botânicos de produção biológica, que vão ser “fermentados utilizando tradições ancestrais do Alentejo” e, depois, destilados num alambique de cobre artesanal e engarrafados – e rotulados – de forma manual. No final do processo de destilação, extraídos os aromas dos botânicos utilizados, esta matéria-prima é novamente integrada na natureza “na forma de fertilizante ou para alimentação dos animais”, lê-se no site.