Aos 69 anos, ao fim de 34 anos a morar na Ilha da Oliveira, às portas do centro do Porto, Maria Luísa foi surpreendida com uma ordem de despejo. O remetente da carta era o proprietário do conjunto de casas, até há cinco meses: a diocese do Porto. Nas linhas que davam conta da não renovação do contrato, não existia qualquer explicação para a saída forçada, nem lá constava qualquer solução para o problema de habitação que agora enfrenta. Só ficou a saber que, até Março de 2022, a sua casa tinha de estar desocupada. Entretanto, as nove fracções do conjunto habitacional já foram vendidas, em Abril, a um investidor do sector imobiliário. Mas a esta inquilina ou aos outros que ainda resistem continua a não lhes ter sido apresentada qualquer solução. A diocese diz estar a trabalhar nesse assunto com o actual proprietário. Porém, o novo senhorio desmente. Quando o contrato acabar, os moradores não têm para onde ir viver.
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