Cientistas britânicos pedem “acções rápidas” se casos de covid-19 aumentarem, Johnson promete “plano B”
O início do Outono é um período de “incerteza” para o Reino Unido, avisam os conselheiros científicos do executivo, que pedem cautelas. Para já, adolescentes vão ser vacinados e maiores de 50 vão receber dose de reforço da vacina contra a covid-19. Regresso às máscaras só se for preciso, disse o primeiro-ministro.
Os conselheiros científicos do Governo britânico avisam que com a reabertura das escolas e o previsto aumento do trabalho presencial o país está a entrar “num período de incerteza”, num momento em que há também indícios da redução da imunidade conferida pelas vacinas contra a covid-19, e recomendam ao executivo de Boris Johnson que actue de forma “rápida e decisiva” se os casos de doença começarem a disparar. O primeiro-ministro britânico, no entanto, assegurou que o país está “incomparavelmente melhor preparado para combater” a covid-19, mas garantiu que há um “plano B” pronto a entrar em acção se for necessário.
Esse “plano B”, disse Boris Johnson numa conferência de imprensa para apresentar os planos de contingência para o Outono e Inverno no Reino Unido, podem passar pelo “regresso do uso obrigatório de máscara, aconselhar as pessoas a trabalhar em casa outra vez”, depois de ter aliviado a maior parte das medidas de prevenção a 19 de Julho. Mas, tendo em conta que mais de 80% da população com mais de 16 anos já recebeu duas doses da vacina, o primeiro-ministro expressou confiança que “pequenas mudanças podem fazer uma maior diferença” e evitar o regresso aos confinamentos.
Mas, para já, Johnson anunciou que os adolescentes entre os 12 e os 15 anos irão ser vacinados e as pessoas com mais de 50 anos – ou mais jovens, mas com problemas de imunidade – receberão em breve uma dose de reforço da vacina.
O comité de cientistas que aconselha o Governo sobre a covid-19 (SAGE) recomenda no entanto que seja reintroduzido um “pacote de medidas” de prevenção – como o teletrabalho – para travar o descontrolo da pandemia. Foram apresentadas previsões do aumento de hospitalizações diárias entre 2000 e 7000 para o próximo mês – o que ultrapassaria o pico do Inverno passado, que foi de 4500 novos internamentos diários, sublinha o jornal The Guardian.
“Os internamentos vão continuar a ser uma métrica essencial para avaliar a trajectória da epidemia, sobretudo nos mais idosos, que recentemente têm vindo a aumentar, a partir de uma base baixa”, diz um dos documentos divulgados nesta terça-feira pelo SAGE. Um sinal de alerta será se começarem a ser internadas pessoas que tenham o esquema vacinal completo.
Os cientistas sublinham ainda que outros países europeus com níveis de vacinação semelhantes aos do Reino Unido mantiveram mais medidas protectoras – como o uso de máscaras, certificados de vacinação e teletrabalho, e que têm as suas epidemias na rota descendente.