Autoridades líbias libertam filho de Muammar Kadhafi
Filho do antigo ditador da Líbia fugiu para o Níger em 2011, durante a revolução que derrubou o regime do pai. Foi extraditado para a Líbia em 2014, tendo estado detido desde então.
As autoridades da Líbia anunciaram nesta segunda-feira ter libertado Saadi Kadhafi, o filho do falecido líder da Líbia Muammar Kadhafi, que foi derrubado e morto durante a revolução de 2011.
O primeiro-ministro nomeado, Abdul Hamid Dbeibé, disse no Twitter que Kadhafi, de 48 anos, tinha sido libertado em conformidade com uma ordem judicial anterior, “dois anos depois de ter sido tomada a decisão da sua libertação”. Segundo a imprensa local e a Reuters, Kadhafi viajou imediatamente até Istambul.
A imprensa local noticiou que Saadi Kadhafi, conhecido pelo seu estilo de playboy durante a ditadura e pela sua breve carreira como futebolista, foi libertado após ter sido absolvido nas acusações que remontam à revolta, iniciada em Agosto de 2011, contra o Governo do pai.
Na revolta de 2011, Saadi chefiou uma brigada das forças especiais envolvida na repressão contra os manifestantes e rebeldes. Durante a revolução apoiada pela NATO fugiu para o Níger, tendo sido extraditado para a Líbia em 2014. Tem estado detido em Trípoli desde então.
Em 2018, o Ministério da Justiça disse que Saadi Kadhafi tinha sido absolvido do “homicídio, fraude, ameaças, escravização e difamação do antigo futebolista e treinador Bashir Rayani”.
Segundo a Reuters, a libertação de Kadhafi resultou de negociações com figuras tribais e com o primeiro-ministro Abdulhamid Dbeibeh, segundo uma fonte oficial. Outra fonte adiantou que as negociações também envolveram o antigo ministro do Interior, Fathi Bashagha.
A sua libertação acontece pouco depois de o seu irmão Saif al-Islam Kadhafi – que tem uma ordem de detenção por parte do Ministério Público –, anunciar a sua intenção de concorrer às próximas eleições presidenciais.
Durante a revolta, três dos sete filhos do ditador foram mortos e, desde a queda do regime, o país caiu no caos, com facções rivais a disputarem o poder. De um lado está o Governo apoiado pela ONU em Trípoli e, do outro, as autoridades rivais sediadas no Leste do país, apoiadas por um conjunto de milícias locais.
Um Governo de unidade nacional foi instaurado em Março como parte de um processo de paz, que inclui a realização de eleições, previstas para Dezembro. O processo de reconciliação nacional também inclui o “compromisso de libertação os presos que continuam detidos sem disposições legais”, indicou o Governo líbio.