Papa pede a países que acolham afegãos que procuram refúgio
Francisco pediu que os países “protejam quem busca uma vida nova”, deixando palavra também para os deslocados dentro do país.
O Papa Francisco pediu neste domingo aos países que acolham os afegãos que procuram refúgio “nestes momentos turbulentos”, desejando que este povo possa viver em dignidade, paz e fraternidade.
“Nestes momentos turbulentos, em que os afegãos procuram refúgio, rezo pelos mais vulneráveis, para que muitos países acolham e protejam quem busca uma vida nova e também oro pelos deslocados internos, para que recebam a assistência e protecção necessárias”, disse o Papa, após a celebração dominical do Angelus, no Vaticano.
O Papa desejou ainda que “os jovens afegãos recebam educação, essencial para o desenvolvimento humano” e que “todos os afegãos, tanto em casa como em trânsito ou nos países de acolhimento, vivam com dignidade, em paz e fraternidade com seus vizinhos”.
Não é a primeira vez que o Papa pede apoio para imigrantes e refugiados. Esta oração aconteceu um dia depois de o aeroporto de Cabul ter retomado os voos nacionais no sábado após ter paralisado em 15 de Agosto último, garantindo apenas voos de evacuação até segunda-feira, quando saíram do país as últimas tropas norte-americanas.
Segundo relatórios, as forças dos EUA, as últimas forças estrangeiras a deixar o Afeganistão, destruíram algumas instalações e equipamentos técnicos no aeroporto de Cabul antes de deixar o país.
O Papa lamentou ainda as mortes e danos causados pelo furacão Ida nos Estados Unidos, que matou quase cinquenta pessoas na região nordeste e causou grandes danos.
“Que o Senhor receba as almas dos mortos e apoie todos os que sofrem com esta calamidade”, frisou, a propósito do furação Ida, considerado o quinto furacão mais forte da história dos Estados Unidos.
A surdez do coração
No Angelus deste domingo, o Papa Francisco lembrou a viagem que fará em breve à Hungria e à Eslováquia (com início a 12 de Setembro) e assegurou que serão “dias sonhados de oração no coração da Europa”.
“A viagem à Eslováquia vai concluir-se com a grande celebração popular da virgem adorada”, disse, referindo-se a Nossa Senhora das Dores, que se celebra no dia 15 de Setembro, feriado nacional da Eslováquia.
No início da sua oração, Francisco dirigiu-se às famílias, a todas as pessoas e ainda aos sacerdotes. “Vamos reflectir sobre a vida familiar: quantas vezes falamos sem primeiro ouvir, repetindo nos nossos próprios refrões, que são sempre os mesmos. Incapazes de escutar, dizemos sempre as mesmas coisas. O renascimento de um diálogo muitas vezes passa não por palavras, mas pelo silêncio, por recomeçar com paciência para ouvir o outro, os seus trabalhos, o que ele carrega dentro. A cura do coração começa com a escuta”, disse, sublinhando depois que a “surdez interior é pior do que a física” porque “é a surdez do coração”.
O Papa reservou algumas palavras lembrar a beatificação, celebrada no dia anterior, do Frei Mamerto Esquiú, que além de frade menor e bispo de Córdoba, é o primeiro beato argentino. “Até que enfim um beato argentino”, desabafou Francisco.