“As mulheres precisam de perder o medo de usar a bicicleta na cidade”
Em Lisboa as mulheres já representam um quarto dos que pedalam no dia-a-dia, que é a proporção média europeia. Na Conferência Velo-City, que começa esta segunda-feira na FIL, especialistas de todo o mundo vão debater o que se pode fazer para as trazer, com as crianças, e os mais velhos, para a rua.
No debate entre grupos barricados nas redes sociais, inúmeros portugueses — entre eles muitos lisboetas ou vizinhos de concelhos limítrofes agastados com o “desperdício” de espaço público precioso com a construção de vias cicláveis — queixam-se de que nenhuma mulher, no seu perfeito juízo, usaria uma daquelas ciclovias. Dizem que nenhum pai responsável deixaria que um filho as usasse, e desfiam mil e uma preocupações com os mais velhos que, não podendo pedalar, ficam prejudicados por não se lhes poder levar um carro até à porta. Haverá boas razões para discordar destes argumentos, mas eles não deixam de ser reflexo de uma imagem bem presente: nas cidades em que a bicicleta foi atirada para um canto, quem pedala são essencialmente homens e em idade activa, os “heróis” capazes de enfrentar o trânsito automóvel.
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