Obra de Banksy destruída em pleno leilão vai voltar à praça
Girl with Balloon (2006), entretanto rebaptizada Love Is in The Bin, vai ser posta à venda na Sotheby’s de Londres a 14 de Outubro.
Estima-se entre quatro e sete milhões de euros a mais-valia do gesto que, em 2018, na Sotheby’s de Londres, reforçou a figura misteriosa de Banksy como a personagem mais mediática do mercado da arte contemporânea. A sua obra Love is in the Bin (O amor está no balde do lixo), título com que foi rebaptizada Girl with Balloon (Rapariga com balão, 2006), vai voltar à praça da leiloeira londrina no próximo dia 14 de Outubro, com uma expectativa de licitação entre os quatro e os seis milhões de libras.
No início de Outubro de 2018, Girl with Balloon, recorde-se, foi destruída em pleno leilão, quando, escondida atrás de uma vistosa moldura vitoriana, uma trituradora repentinamente estilhaçou a metade da pintura a spray que representava a rapariga, deixando apenas incólume o leve balão vermelho em forma de coração... Nesse momento, um comprador anónimo tinha já licitado a obra em 1,042 milhões de libras (então correspondentes a cerca de 1,2 milhões de euros). A identidade do “apostador” não foi revelada, nem houve depois notícia de que tenha revertido a compra – de tal modo que muita gente admitiu que o próprio Banksy, seja ele quem for, e a leiloeira terão estado directamente envolvidos nessa performance inesperada.
Foi, de resto, a própria Sotheby’s que agora veio dar a notícia do regresso a leilão de Girl with Balloon, aliás Love is in the Bin, lembrando que esta “nasceu do evento artístico mais espectacular do século XXI” e referindo-se àquela “noite memorável” de 2018, quando, mais do que a destruição ao vivo de uma obra, uma nova peça foi criada.
Banksy volta assim a marcar a agenda e o mercado da arte contemporânea, não apenas porque continua a fazer aparecer as suas obras, sem aviso prévio, em paredes de diferentes cidades de Inglaterra – como em Norfolk e Suffolk, no início deste Verão – e do mundo, mas também porque ainda no passado mês de Março bateu um recorde pessoal ao ver vendida na Christie’s de Londres, por 16,7 milhões de libras (perto de 19,5 milhões de euros) a obra Game Changer, que no ano passado tinha doado ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido em apoio ao combate à pandemia da covid-19.