Tim Cook soma mais de 750 milhões de dólares ao vender acções da Apple

As acções faziam parte de um prémio, concedido a Cook há uma década, quando substituiu Steve Jobs como presidente executivo da fabricante de iPhones em Agosto de 2011.

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Tim Cook diz que não fica mais dez anos na Apple Leah Millis

O actual presidente executivo da Apple, Tim Cook, amealhou mais 750 milhões de dólares (635 milhões de euros) esta semana ao vender grande parte de um conjunto de acções que recebeu recentemente da empresa. Eram a última parte de um prémio, concedido a Cook há uma década, quando substituiu Steve Jobs como presidente executivo da fabricante de iPhones em Agosto de 2011.

A informação sobre a venda surge num documento da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), divulgado esta quinta-feira. Ao todo, Cook vendeu mais de cinco milhões de acções da Apple.

O negócio faz de Tim Cook um dos presidentes executivos mais bem pagos nos EUA. Quando Cook assumiu o cargo de líder da Apple, aceitou um esquema de remuneração “bónus” com base no valor das acções da empresa dez anos mais tarde. 

Em Agosto de 2018, a Apple atingiu a valorização de um bilião de dólares em bolsa (ou seja, um milhão de milhões de dólares) e, dois anos mais tarde, em Agosto de 2020, duplicou o valor e ultrapassou o marco dos dois biliões de dólares em bolsa. A fabricante do iPhone foi a primeira empresa dos EUA e a segunda empresa no mundo a alcançar o marco (a primeira a chegar aos dois biliões foi a petrolífera Saudi Aramco​, em Dezembro de 2020).

O sucesso deve-se, em parte, às receitas da Apple. No terceiro semestre de 2011, a empresa reportou 28,57 mil milhões de dólares (24,22 mil milhões de euros) em receitas. No terceiro semestre de 2021, a Apple apresentou receitas de 81,4 milhões de dólares.

Apesar de o iPhone continuar a ser dos principais focos da empresa, a Apple tem feito um esforço para se diversificar. Nota-se um investimento nos wearables (por exemplo, relógios inteligentes), e nos negócios por subscrição, com a empresa a investir em plataformas para ver filmes e séries online (Apple TV+), jogar videojogos (Apple Arcade), e aceder a revistas e jornais pagos (Apple News +).

A empresa tem investido bastante na privacidade. Com o iOS 14.5, lançado no final de Abril, os criadores de aplicações móveis deixam de conseguir recolher informação dos utilizadores e seguir os seus hábitos online sem autorização.

Críticas levam Apple a mudar regras

Ainda assim, a empresa não é imune a controvérsias. Nos últimos anos, a Apple tem sido acusada de monopólio devido à sua loja de aplicações, a App Store. Um dos problemas é que a empresa exige que os criadores de aplicações na sua loja paguem uma comissão que vai até 30% das receitas que fazem com vendas nas apps (é algo que a Google também faz com a Play Store) e impede-os de motivar os clientes a comprar produtos noutros sites (algo feito para escapar à comissão elevada). 

Em 2020, a dona do videojogo Fortnite (Epic Games), o dono do Tinder (Match Group) e o Spotify juntaram-se a uma coligação de empresas para protestar contra estas regras.

Esta quinta-feira, a Apple anunciou que está disposta a mudar as suas regras e deixar os criadores de apps informarem os seus clientes sobre formas de pagamento fora da App Store. A mudança faz parte de um acordo judicial com criadores de apps que ainda precisa de ser aprovado pelo tribunal.

Cook não fica mais dez anos

Tim Cook já disse que não pretende ficar mais uma década na Apple. “Mais dez anos? Provavelmente não”, respondeu numa entrevista com o jornal norte-americano New York Times. “A data [de saída] não está à vista. Mas dez anos é muito tempo”, notou. 

Deve ficar, pelo menos, até 2026. O ano passado, o líder da Apple assinou um novo esquema de bónus que lhe dará um milhão de acções da Apple se a empresa continuar a cumprir os objectivos de receita nos próximos cinco anos.

Antes de morrer, Cook pretende doar grande parte da sua fortuna. No início desta semana, o líder da Apple deu quase 10 milhões de dólares de acções da Apple a uma instituição de caridade, de acordo com um documento da SEC dos EUA. A instituição não foi identificada. 

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