“Chorava todos os dias”: quando ir para o trabalho se torna um pesadelo
Contactos fora de horas, humilhações gratuitas, ameaças, falta de empatia, competitividade pouco saudável entre colegas. Estas são algumas das bandeiras vermelhas que ajudam a identificar um ambiente de trabalho tóxico — e fizeram parte do dia-a-dia de seis trabalhadores entrevistados pelo P3. Essas experiências resultaram em falta de auto-estima, poucas horas de sono, crises de ansiedade e pouca ou nenhuma motivação para trabalhar.
Durante dois anos, Vítor (nome fictício) trabalhou como jornalista num site de informação desportiva. Poderia ser o emprego de sonho para o portuense de 27 anos: como o título goza de boa reputação no meio, tem como certo que “qualquer pessoa interessada pelo assunto” gostaria de ter a oportunidade que ele teve. Mas hoje, olhando para o passado, não tem dúvidas de que aquela foi “uma má experiência” — e por vários motivos. Apesar de trabalhar em regime part-time, fazia tanto quanto os colegas que se dedicavam ao site a tempo inteiro. Para além disso, sentia que não era “valorizado” e que um “simples erro num artigo” era o suficiente para ser “altamente criticado” pelo seu editor e pelo director de operações da empresa.
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