Seca ameaça 12 milhões de pessoas na Síria e no Iraque
Várias organizações não-governamentais recordam que, segundo a ONU, a Síria sofre a pior seca em sete décadas e o Iraque enfrenta a segunda estação com menos chuva em 40 anos.
Mais de 12 milhões de pessoas na Síria e no Iraque, incluindo centenas de milhares de deslocados, estão a sofrer os efeitos da seca e arriscam ficar sem água, alertaram esta segunda-feira várias organizações não-governamentais (ONG).
“As altas temperaturas na região, os baixos níveis de precipitação e a seca estão a privar as pessoas de água potável e para a agricultura”, indicaram 13 ONG num comunicado, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
A seca, com a falta de água nas barragens, também está a afectar a produção de electricidade, “o que tem impactos nas infra-estruturas essenciais, incluindo as instalações de saúde”, adiantaram.
Segundo os signatários do texto, entre os quais se encontram a Acção Contra a Fome, o Comité Norueguês para os Refugiados e a CARE Internacional, a situação afecta mais de cinco milhões de pessoas na Síria e pelo menos sete milhões no Iraque.
No total, indicaram, “cerca de 400 quilómetros quadrados de terras agrícolas estão em risco de seca total”.
No norte da Síria, “duas barragens que fornecem electricidade a três milhões de pessoas foram encerradas”, enquanto várias comunidades em Alepo, Raqa e Deir Ezzor, incluindo alguns campos de refugiados, registaram um aumento de surtos de doenças transmissíveis.
No Iraque, a falta de água afectou a agricultura, a indústria pesqueira, a produção de electricidade e a distribuição para consumo doméstico.
“A situação exige que as autoridades da região e os doadores actuem rapidamente para salvar vidas devido a esta crise, que se junta aos conflitos, à pandemia da covid-19 e à da economia”, salientou a directora da CARE para o Médio Oriente e Norte de África, Nirvana Shawky.
As ONG recordam que, segundo a ONU, a Síria sofre a pior seca em sete décadas e o Iraque a segunda estação com menos chuva em 40 anos.