FC Porto voltou a encontrar turbulência na Madeira

“Dragões” estiveram a ganhar no Funchal, mas um grande golo de Xadas garantiu o empate ao Marítimo e os primeiros pontos perdidos pelos portistas no campeonato.

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LUSA/GREGORIO CUNHA

O 50.º jogo entre Marítimo e FC Porto no Funchal confirmou que, por regra, na viagem à Madeira os portistas se deparam com forte turbulência - foram mais os jogos que não ganharam (27) do que os que venceram (23). Num estádio historicamente complicado para os “dragões”, a equipa de Sérgio Conceição entrou melhor na partida e colocou-se a vencer (a Liga atribuiu o golo a Taremi), mas um grande remate de Xadas a fechar a primeira parte ditou o empate final (1-1) e os primeiros dois pontos perdidos pelo FC Porto no campeonato.

Após uma vitória fácil contra o Belenenses SAD e um triunfo sofrido em Famalicão, o terceiro acto do FC Porto na Liga 2021/22 teve direito a uma surpresa no “onze”. Na semana em que viu satisfeito o desejo de reforço do lado esquerdo da defesa com a chegada de Wendell, Conceição ainda não contou com o brasileiro, mas deixou um sinal claro que o antigo lateral do Bayer Leverkusen vai ter poucas dificuldades em conquistar a titularidade.

Mesmo tendo jogadores no plantel habituados ao lugar (Manafá e Zaidú), Conceição colocou o português no banco e deixou o nigeriano na bancada. Assim, contra todas as previsões, Marcano estreou-se esta época numa posição que não lhe é estranha, mas para a qual está sem rotinas.

Com um saldo 100% negativo nos jogos no Funchal (derrotas com o Boavista e o Sp. Braga), Julio Velázquez manteve a receita (3x4x1x2) que permitiu ao espanhol ter sucesso na última jornada em Leiria contra o Belenenses SAD, mas perante um rival mais competente, os madeirenses rapidamente se viram em apuros.

Tal como tinha acontecido em Famalicão, o FC Porto teve uma entrada agressiva e, ao ritmo de Luis Díaz, os portistas começaram a encostar os maritimistas às cordas. Sempre através de iniciativas do colombiano, os portuenses criaram três boas oportunidades. Todas sem sucesso: aos 18’, num lance caricato, Toni Martínez falhou um golo fácil; aos 22’, Otávio rematou à figura de Paulo Victor; aos 24’, Díaz fez tudo sozinho, mas acertou nas redes laterais.

Claramente por baixo, o Marítimo tentava quebrar o ritmo sempre que possível, mas não conseguiu evitar que o FC Porto chegasse à vantagem. Após um mau passe de Léo Andrade, Bruno Costa recuperou a bola, Otávio cruzou na esquerda e Díaz desviou ao segundo poste para o dentro da baliza. Um defesa ainda fez o corte (pareceu que já depois de a bola ultrapassar a linha), mas Taremi confirmou o golo.

Aos 35’, os “dragões” chegavam de forma merecida à vantagem, mas, numa cena repetida muitas vezes, baixaram de imediato o ritmo. A menor intensidade permitiu que o Marítimo surgisse mais vezes no ataque e, já em período de descontos da primeira parte, no único remate enquadrado nos primeiros 45 minutos, Xadas fez um grande golo: de primeira, o médio não deu hipóteses a Diogo Costa.

Obrigado a começar tudo de novo, Conceição optou por não mexer ao intervalo, mas o regresso dos balneários mostrou um Marítimo mais adaptado às exigências do jogo e um FC Porto com mais dificuldades.

Incapaz de criar tantos problemas para Paulo Victor como no início, o domínio portista não criava perigo para os madeirenses e, aos 69’, Vidigal desperdiçou a primeira grande oportunidade da segunda parte: o remate acertou no poste.

De imediato, Conceição trocou Taremi e Otávio por Corona e Pepê, mas o mexicano está claramente sem ritmo e o brasileiro parece ainda desenquadrado da equipa. O resultado, foi um final de jogo apenas com oportunidades para o FC Porto nos últimos minutos, mas a história da época passada, em que os “dragões" garantiram o triunfo com um penálti no período de descontos, não se repetiu - Francisco Conceição ainda caiu na área, mas nada foi assinalado.

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