Crise política na Bulgária pode obrigar a terceira eleição este ano
Falhou a segunda tentativa de formar Governo no país e agora o Presidente búlgaro vai tentar uma terceira e última vez, mas as hipóteses de sucesso são remotas. Búlgaros poderão ter de ir a votos pela terceira vez no espaço de um ano.
A segunda tentativa para formar um Governo na Bulgária voltou a não dar frutos. Nesta sexta-feira, o segundo partido mais votado nas eleições de Julho, o Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB) do antigo primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, desistiu de formar um novo Governo. O país aproxima-se, assim, ainda mais de novas eleições, pela terceira vez este ano.
“Não vemos possibilidade de formar um Governo”, disse Daniel Mitov, actual líder do GERB, devolvendo ao Presidente búlgaro, Rumen Radev, a tarefa de encarregar a tarefa a outro.
Após o partido vencedor (com pouca margem) das eleições de Julho, o Este Povo Existe (ITN), ter abandonado os esforços de formar um Governo, o Presidente pediu ao GERB para tentar formar um executivo.
Antes de devolver a tarefa a Radev, o primeiro-ministro designado do GERB, Mitov, apresentou aos jornalistas uma possível lista para o gabinete de ministros para as “pessoas poderem fazer comparações e ver o nosso potencial”.
Porém, com apenas 63 dos 240 assentos parlamentares após a eleição de Julho, atrás dos 65 deputados do ITN, o GERB viu-se sem margem de manobra, depois de os outros partidos se recusarem a cooperar com o partido, devido à indignação pública relacionada com a corrupção consolidada no mais pobre Estado membro da União Europeia.
A formação, que sob a liderança de Boiko Borisov governou o país entre 2009 e as eleições de Abril, já tinha adiantado que não via possibilidade de obter o apoio parlamentar necessário para formar um novo executivo.
Segue-se agora o pedido de Radev a um terceiro partido para tentar formar um Governo. Mas os analistas políticos afirmam que as possibilidades de sucesso são muito limitadas, tendo em conta as divergências entre o ITN e outros dois pequenos partidos anticorrupção.
Se o terceiro esforço falhar, como é esperado, o Presidente terá de dissolver o Parlamento mais uma vez, designar um Governo interino e convocar novas eleições dentro de dois meses.
As eleições de Abril já tinham mostrado um Parlamento fragmentado, que havia impedido a formação de um executivo e a convocação novas eleições em Julho, onde o impasse político se perpetuou. A crise política no país poderá ter repercussões na capacidade de combater a covid-19 e no acesso ao Fundo de Recuperação da UE para combater os efeitos da crise provocada pela pandemia.