Duelo de invictos com uma recompensa de 37,24 milhões

Benfica e PSV Eindhoven começam esta noite a disputar no Estádio da Luz o play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

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LUSA/TIAGO PETINGA

Será um confronto entre duas equipas que “deviam estar já na fase de grupos da Champions”, palavras de Jorge Jesus, mas entre Benfica e PSV Eindhoven, apenas um dos clubes terá esse privilégio - para os benfiquistas significaria um encaixe imediato de 37,24 milhões de euros. Ainda invictos em jogos oficiais esta temporada, portugueses e holandeses começam esta noite a disputar, no Estádio da Luz, o play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões (20h, TVI), com mais incertezas tácticas do lado do Benfica do que do PSV: Jorge Jesus não revelou se jogará com dois ou três centrais; Roger Schmidt não deverá abdicar do 4x2x3x1.

São duas equipas num bom momento de forma e com um saldo 100% vitorioso em jogos oficiais – quatro triunfos para o Benfica; seis para o PSV -, e, em teoria, estão reunidos os ingredientes para se assistir na primeira mão do play-off de acesso à Liga dos Campeões a um jogo de qualidade e aberto.

A jogar em casa, o Benfica terá a responsabilidade do seu lado, mas não é fácil de prever o plano de jogo de Jesus para uma eliminatória que deverá ser mais complicada do que a anterior contra o Spartak Moscovo. Com Vertonghen de fora, o fiável 3x4x3 que o técnico benfiquista privilegiou neste arranque de temporada fica colocado em causa, uma vez que Morato não dá as mesmas garantias do internacional belga.

Ontem, na antevisão da partida com os holandeses, Jesus garantiu que apenas hoje, após o último treino, iria decidir, mas acrescentou que “a equipa está muito confortável com um e com outro” sistema táctico. Embora Weigl e André Almeida sejam também alternativas para jogarem num trio defensivo a par de Otamendi e Veríssimo, a probabilidade de Jesus manter o 4x4x2 utilizado contra o Arouca é grande.

Na partida contra os arouquenses, o técnico “encarnado” colocou Waldschmidt ao lado de Yaremchuk no ataque e as características dos dois avançados parecem combinar bem. No entanto, se Jesus optar pelo esquema de três centrais, o alemão deverá ser o sacrificado - o regresso de Rafa ao “onze” é uma certeza. Quase certa é também a manutenção do ucraniano na equipa titular.

Nos 82 minutos em que foi utilizado por Jesus, Yaremchuk foi decisivo no segundo golo benfiquista contra o Spartak e, no passado sábado, fez um golo e uma assistência contra o Arouca. Questionado sobre se iria apostar em Gonçalo Ramos ou em Yaremchuk contra o PSV, o técnico jogou à defesa, mas deixou algumas pistas.

Jesus começou por dizer que “podem jogar os dois”, uma vez que “são jogadores que podem completar-se”, mas referiu que iria “decidir por alguns pormenores”. Um par de perguntas depois, perante a insistência dos jornalistas, Jesus deixou claros indícios de que o ucraniano parece levar vantagem: “Um [Yaremchuk] tem mais experiência, como é óbvio. O menino Gonçalo Ramos também pode jogar como 9, aliás penso que o futuro dele vai ser esse. O Roman [Yaremchuk] procura o espaço, por isso é goleador. Há esta diferença de um para o outro, por isso é que fomos à procura de um avançado diferenciado.”

Se na equação táctica do Benfica ainda há incógnitas por decifrar, do lado do PSV parece ser tudo mais claro. Na segunda época na equipa de Eindhoven, o alemão Roger Schmidt, que se evidenciou no Red Bull Salzburgo e no Bayer Leverkusen, tem privilegiado nos principais jogos o 4x2x3x1, que tem como ponto forte a velocidade e mobilidade no ataque, mas que exibe algumas deficiências defensivas.

Com uma filosofia bem holandesa – mais preocupações ofensivas do que defensivas , o PSV tem impressionado neste arranque de temporada onde despachou sem qualquer problema nas pré-eliminatórias anteriores o Galatasaray (5-1 e 2-1) e o Midtjylland (3-0 e 1-0).

No entanto, a partida na qual o rival benfiquista mais impressionou foi contra o Ajax, na Supertaça holandesa. Na Johan Cruyff Arena, casa do rival de Amesterdão, o PSV colocou-se a vencer logo no segundo minuto e, em vantagem, Schmidt conseguiu potencializar as características dos seus jogadores de ataque (Götze, Gakpo, Madueke e Zahavi) que, com velocidade e mobilidade, fizeram gato-sapato da defesa do Ajax, construindo uma goleada por 4-0.
 

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