Primeiro avião da Alemanha só retira sete pessoas do Afeganistão
Governo alemão diz que a situação caótica no aeroporto de Cabul impediu a chegada de mais pessoas à zona de embarque. Objectivo é retirar milhares de pessoas, incluindo os afegãos em risco de sofrerem represálias dos taliban.
O primeiro avião militar alemão a chegar a Cabul, na madrugada desta terça-feira, só saiu do Afeganistão com sete pessoas a bordo, devido ao caos no aeroporto da capital afegã.
Segundo a ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kram-Karrenbauer, a principal missão do avião de carga A400M era levar soldados para organizarem e garantirem a segurança da evacuação.
“A situação no aeroporto é caótica, perigosa e muito complexa”, disse a ministra ao canal ARD, citada pela agência Reuters.
“Tínhamos muito pouco tempo, por isso só trouxemos as pessoas que estavam no local [da aterragem]. Devido à confusão, poucos conseguiram entrar no aeroporto.”
Ao todo, sete pessoas conseguiram subir a bordo do avião, disse o deputado Johann Wadephul, o porta-voz para os assuntos de política externa no grupo parlamentar da CDU/CSU.
Os voos militares para repatriar diplomatas e civis foram retomados nas primeiras horas desta terça-feira, depois de terem sido suspensos na segunda-feira, no meio das tentativas desesperadas de fuga do país à medida que os taliban tomavam o poder em Cabul.
A Alemanha aguarda a autorização dos Estados Unidos — que assumiram o controlo da torre no aeroporto de Cabul — para enviar um segundo avião militar.
A ministra da Defesa da Alemanha disse esperar que o aeroporto de Cabul se mantenha em funcionamento durante “alguns dias”, para que seja possível repatriar o maior número possível de pessoas.
O Exército alemão está a usar a capital do Uzbequistão, Tashkent, como porta giratória para a operação de evacuação.
“Não são apenas cidadãos alemães”, disse Kramp-Karrenbauer. “Também há funcionários afegãos e pessoas em risco. E vamos prestar assistência a outros países.”
Na segunda-feira, o Governo alemão disse que vai transportar milhares de cidadãos com dupla nacionalidade alemã e afegã, bem como activistas dos direitos humanos e outras pessoas que trabalharam com a NATO no Afeganistão.