Vai aguardar em liberdade, o antigo dirigente do Clube Sport Marítimo detido terça-feira no Funchal pela Polícia Judiciária, por suspeita da prática de crimes de abuso sexual de crianças e abuso sexual de menor dependente. As alegadas vítimas, em número não identificado, têm idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, e são todas atletas da secção de futebol feminino do Marítimo.

O arguido, de 51 anos, foi presente esta quinta-feira de manhã no Tribunal Judicial do Funchal para o primeiro interrogatório, com o juiz a decretar como medida de coacção o termo de identidade e residência e a proibição de contactar as alegadas vítimas e demais intervenientes no processo.

De acordo com a Polícia Judiciária (PJ), que anunciou quarta-feira, em comunicado, a detenção, os factos que motivaram a investigação aconteceram nos últimos dois anos, no automóvel do suspeito que, aproveitando a “relação de confiança e proximidade” com a vítima, no âmbito da prática desportiva, terá adoptado comportamento impróprios, através de conversas de teor sexual e toques nas jovens. Os factos, envolvendo várias atletas, terão acontecido, de acordo com o Correio da Manhã em boleias antes e depois dos treinos.

Ainda segundo o mesmo jornal, as autoridades pretendiam deter o suspeito em flagrante, mas a suspensão da activade desportiva devido à pandemia, e o facto da ligação entre o arguido e o clube ter terminado em Agosto do ano passado, impossibilitou a operação.

Coordenador e director do departamento de futebol feminino do Marítimo, o arguido é tido como o grande responsável pelo crescimento do clube madeirense nesta modalidade. Durante os anos em que esteve no clube, o futebol feminino passou de uma posição secundária face aos rivais regionais, para dominador das competições locais. A equipa sénior feminina, que assenta muito nas jogadoras da formação, vai disputar pela quarta época consecutiva a primeira divisão nacional.

O clube madeirense ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas deverá fazê-lo até ao final do dia.