Tribunal chinês rejeita recurso contra pena de morte de canadiano
A pena de Robert Schellenberg foi agravada por um tribunal chinês no início de 2019 depois de, no Canadá, ter sido detida uma empresária da Huawei, então a “número dois” da empresa.
Um tribunal chinês recusou, esta terça-feira, um recurso do canadiano Robert Schellenberg contra a pena de morte por tráfico de droga.
O veredicto acontece quando a relação entre a China o Canadá se mantém deteriorada na sequência da prisão pelas autoridades canadianas de uma empresária da Huwaei, então a número dois da empresa, em Novembro de 2018.
Schellenberg foi detido pelas autoridades chinesas em Dezembro de 2014, acusado de tráfico de droga em Janeiro de 2015, e condenado a 15 anos de prisão a 28 de Novembro de 2018.
Alguns dias mais tarde, a 1 de Dezembro, o Canadá deteve Meng Wanzhou, administradora financeira da Huawei, e filha do fundador da empresa, em Vancouver, em resposta a um pedido de extradição dos Estados Unidos, por supostamente ter violado as sanções impostas pelas autoridades norte-americanas contra o Irão.
A China avisou para consequências se a empresária não fosse libertada.
Antes do final de Dezembro, um tribunal de recurso voltou a analisar o caso de Schellenberg, dizendo que a sentença fora demasiado branda e decretando, em Janeiro de 2019, uma nova sentença, a pena de morte. O canadiano recorreu da sentença, um processo que começou em Maio, e esta terça-feira, o veredicto foi confirmado.
O que aconteceu – que seja decidida uma sentença mais pesada na sequência de um recurso – é contrário ao espírito do direito chinês, comentaram alguns especialistas de Pequim.
Há dois outros canadianos presos na China, acusados e julgados por espionagem. O veredicto de um deles, o empresário Michael Spavor, poderá ser conhecido já esta quarta-feira.