Ribeiro e Castro pede plano urgente de videovigilância do património histórico

Presidente Sociedade Histórica da Independência de Portugal diz ser urgente tomar medidas na sequência da vandalização do Padrão dos Descobrimentos.

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Ribeiro e Castro Andreia Carvalho

José Ribeiro e Castro, presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP), pede que o Governo “defina e ponha em marcha, com urgência, um plano de videovigilância do património histórico e monumental português, com prioridade nos monumentos nacionais”.

O pedido do também antigo presidente do CDS surge após a vandalização do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, onde foi “graffititada" uma mensagem em inglês, em que é afirmado o seguinte: “Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate”.

Numa mensagem no Facebook, o presidente da SHIP diz que a vandalização do Padrão dos Descobrimentos “tem de representar um ponto de viragem para as autoridades portuguesas, na protecção dos monumentos no espaço público”.

“Os responsáveis por estes actos altamente condenáveis têm que ser conhecidos e identificados. Têm de ser levados a tribunal para responderem pelo crime cometido. É completamente inaceitável que um monumento nacional seja alvo de grupos extremistas”, afirmou ao PÚBLICO Ribeiro e Castro, sobre o monumento da autoria de Cottinelli Telmo, concebido para a Exposição do Mundo Português, de 1940.

O histórico militante centrista diz ainda “que ninguém compreenderia que um acto desta gravidade se voltasse a repetir” e, por isso, pede que seja “elaborado desde já um plano que envolva o Ministério da Administração Interna, Ministério da Cultura e forças de segurança, para evitar a repetição de novo acto de extrema gravidade contra os monumentos nacionais”.

“O método mais eficaz é o da videovigilância, que funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano. Tem de ser encontrado um plano que, de acordo com a lei, possa fazer a vigilância permanente dos principais monumentos e que os eventuais criminosos possam ser identificados e apresentados à justiça”, acrescentou o presidente da SHIP.

Ribeiro e Castro lembra que, além da garantia da ordem pública, as forças de segurança não têm qualquer unidade específica da protecção do património histórico, o que torna “ainda mais urgente avançar com a videovigilância”.

“O que aconteceu no Padrão dos Descobrimentos não pode voltar a acontecer. Seria inaceitável. E, se se repetir, ninguém compreenderia que os responsáveis não fossem apresentados à justiça”, acrescentou.

O deputado socialista Ascenso Simões, que em Fevereiro deste ano, quando da aprovação do voto de pesar pela morte do tenente-coronel Marcelino da Mata, contra o qual votou, defendeu a destruição do Padrão dos Descobrimentos, não quis comentar o recente acto de vandalização do monumento.

Em Junho do ano passado, a estátua do Padre António Vieira, no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, também foi vandalizada com uma mensagem política: no caso, com a palavra “descoloniza” pintada a vermelho. A boca, mãos e hábito do clérigo foram tingidas de vermelho e no peito das crianças indígenas que estão representadas à sua volta foi pintado um coração. “Todos os actos de vandalismo contra o património colectivo da cidade são inadmissíveis”, reagiu então a Câmara de Lisboa, que procedeu à limpeza do monumento na noite seguinte.

Então, o incidente foi interpretado como mais um episódio do debate global acerca da interpretação, com os valores contemporâneos, do património e estatuária com conotações políticas ou associados a valores que deixaram de ser consensuais, quando não maioritariamente rejeitados. com A.V.

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