TAP: Direcção do sindicato dos pilotos apresenta renúncia em bloco

Renúncia do sindicato liderado até aqui por Alfredo Mendonça tem efeitos imediatos. Despedimento colectivo na TAP abrange 35 pilotos.

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Alfredo Mendonça, presidente do SPAC LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A direcção do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) apresentou hoje a renúncia colectiva ao cargo por discordar de um eventual recurso à greve que seria deliberado numa assembleia de empresa prevista para terça-feira e entretanto cancelada.

A renúncia em bloco aos cargos de direcção “com efeitos imediatos” consta de uma carta a que a Lusa teve acesso, que foi enviada pela direcção do SPAC, liderada por Alfredo Mendonça, ao presidente da mesa da assembleia geral do sindicato, António Costa Ramalho, e que já chegou aos associados.

“Os pilotos que compõem a direcção do SPAC apresentam a V. Exa a renúncia colectiva, com efeitos imediatos, aos cargos que exercem”, pode ler-se na carta.

“A razão principal que escora esta decisão colectiva prende-se com a nossa discordância face ao possível recurso, neste contexto, à greve, em resultado de deliberações da assembleia de empresa de amanhã [terça-feira], decorrente da sua ordem de trabalhos”, continua a direcção do SPAC. “Esta direcção não considera ser viável, neste momento, a boa execução de uma tal deliberação”, conclui. Na sequência da carta da direcção, a assembleia de empresa foi entretanto cancelada.

A assembleia de empresa tinha sido convocada pelo presidente da mesa da assembleia geral do sindicato a pedido de alguns associados, “em reacção ao injustificado e ilegal despedimento colectivo decidido pela TAP”, pode ler-se na carta da direcção.

A carta é assinada por Alfredo Mendonça, Pedro Azevedo, Bruno Torcato, Nuno Estevens e Rui Martins. O processo de despedimento colectivo de 124 colaboradores iniciado pela TAP abrange 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede, segundo a administração da empresa.