As mil e uma noites

Uma surpresa digna de nota: um filme de África, sobre África, que recusa o cliché do “cinema africano” para propor uma meditação fascinante sobre as narrativas da própria África.

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Recorrer ao esquema do filme de prisão para falar da história recente da Costa do Marfim
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Recorrer ao esquema do filme de prisão para falar da história recente da Costa do Marfim
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Recorrer ao esquema do filme de prisão para falar da história recente da Costa do Marfim

Pé na tchôn, karapinha na céu — era esse o título de um (excelente, por sinal) álbum do rapper português General D, e essa ideia de ligação entre a terra e o céu transparece a cada minuto desta segunda longa-metragem do costa-marfinês Philippe Lacôte. Que é, precisamente, sobre a necessidade de libertar o espírito dos confins e das restrições terrestres, actualizando de maneira assaz inteligente as tradições africanas de narrativa oral. As histórias que se contam ao longo de A Noite dos Reis espelham-se e desdobram-se enquanto navegam à vista entre a fantasia e a realidade, numa lógica de encanto e sobrevivência.

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