IndieLisboa fecha programa com Sérgio Tréfaut e Susana Nobre
Festival anuncia competições nacionais e sessões especiais, com novos documentários sobre Nuno Portas, Maria Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes, e quatro longas e 19 curtas em concurso.
Com o anúncio dos títulos portugueses a serem exibidos a concurso e fora de competição, fecha-se a programação do IndieLisboa, cuja 18.ª edição irá ter lugar entre 21 de Agosto e 6 de Setembro. Serão quatro longas e 19 curtas a concurso, mais 13 primeiras obras de jovens cineastas nacionais e quatro longas em sessões especiais, numa selecção que reflecte o momento complicado da produção de cinema em Portugal ao longo dos últimos meses.
O novo documentário de Sérgio Tréfaut (Lisboetas, Raiva), Paraíso, sobre o “pessoal da Seresta” — um grupo de apaixonados da música brasileira que se reunia nos jardins do Palácio do Catete antes de a pandemia chegar —, será o título oficial de encerramento. Um Quarto na Cidade, homenagem a Jacques Demy assinada em pleno confinamento pela dupla João Pedro Rodrigues/João Rui Guerra da Mata, e The Shift, a curta de Laura Carreira que criou sensação em Veneza 2020, são duas das 19 curtas a concurso, a par de títulos de Ana Vaz, Catarina Ruivo ou Pocas Pascoal.
No Táxi do Jack, de Susana Nobre, retrato de um taxista emigrado em Nova Iorque e regressado a Portugal estreado no Forum de Berlim, é o “ponta de lança” da competição nacional de longas, que se completa com um outro título de Berlim, Rock Bottom Riser, obra experimental do luso-americano Fern Silva, Simon Chama, de Marta Sousa Ribeiro (estreado em San Sebastián 2020), e Granary Squares, do artista multimédia Gonçalo Lamas (a única longa da competição em estreia mundial).
Nas sessões especiais, estrear-se-ão os documentários de Teresa Prata e Humberto Kzure A Cidade de Portas, sobre o arquitecto Nuno Portas, Vieirarpad, de João Mário Grilo, sobre Maria Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes, e Ecos da Vermelha, de Bruno Teixeira, sobre a história de resistência de Vila Franca de Xira. A Távola de Rocha, de Samuel Barbosa, documentário sobre Paulo Rocha que terá a sua estreia mundial no Festival de Locarno, fora já anunciado para a secção paralela Director’s Cut.
Curtas e surpresas
A competição de curtas será composta por 13 Ways of Looking at a Blackbird, de Ana Vaz; Barbas de Baleia, de Mariana Bártolo; Beco do Imaginário, de Romano Cassellis; Boa Noite, de Catarina Ruivo; Cabra Cega, de Tomás Paula Marques; Catatonia, de Tiago Rosa-Rosso; Dobra, de Gonçalo Robalo e Rita Figueiredo; Eco de um Soco no Osso, de Gabriela Giffoni; Garças, de Gabriela Nemésio Nobre; O Que Resta, de Daniel Soares; Um Quarto na Cidade; Romy, de Bernardo de Jeurissen; The Shift; Silvestre, de Ruben Gonçalves; Sopro, de Pocas Pascoal; Tracing Utopia, de Catarina de Sousa e Nick Tyson; Transportation Procedures for Lovers, de Helena Estrela; Os Últimos Dias de Emanuel Raposo, de Diogo Lima; We Won’t Forget, de Edgar Morais e Lucas Elliot Eber.
Na competição de primeiras obras e filmes escolares Novíssimos, destaque a Miraflores, de Rodrigo Braz Teixeira, uma das melhores surpresas do Curtas Vila do Conde, e a Fruto do Vosso Ventre, de Fábio Silva, que venceu a competição de escola do Curtas Take One.
A abertura do festival terá lugar a 21 de Agosto com o documentário Summer of Soul, realizado pelo baterista dos Roots, Ahmir 'Questlove' Thompson, que resgata do esquecimento uma série de concertos que tiveram lugar em Nova Iorque em 1969, um autêntico “Woodstock negro” perdido na história com actuações de Nina Simone, Stevie Wonder, Sly and the Family Stone ou Mahalia Jackson. Será a única exibição em sala do filme, entretanto disponibilizado na plataforma de streaming Disney+.
O IndieLisboa nos cinemas Ideal e São Jorge, Cinemateca Portuguesa e Culturgest. O programa pode ser consultado no site www.indielisboa.com e os bilhetes estarão à venda a partir de quinta, dia 5.