Armona, uma ilha-praia formosa

Há algo de muito especial nesta ilha e esse mistério é o que levamos nos olhos até estes se distraírem com a beleza avassaladora do cenário. Uma pessoa deita-se e deleita-se a sós com a sua areia e o seu sol e o seu mar, fecha os olhos, e é uma ilha de felicidade no meio de mais um Verão maluco das nossas vidas.

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Miguel Manso
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Como é possível existir esta ilha onírica a dois passos, melhor dizendo, ‘duas braçadas’, de terra firme, pérola da ria Formosa? Mas o certo é que ela existe (e não é a única, claro, é uma das cinco ilhas barreira do sistema lagunar da ria). Ainda assim, embora muito frequentada – no dia em que por aqui passámos fazia um calor de ananases e água estava morninha –, há muita gente reticente tanto à Armona como às suas ilhas irmãs ou primas. Pagar um bilhete (3,50€ ida-e-volta), apanhar o barco, estar dependente de horários de entrada e saída (embora dilatados no Verão, 7h/20h30), recear enchentes nos restaurantes e cafés… São contras apontados num inquérito (mais ou menos científico) a alguns conhecidos depois de me ter apaixonado pela ilha com Olhão à vista. “Como não conhecem?!”. Vão às Maldivas e Caraíbas e não vão a Portugal? Chegou a altura e fica a garantia: vale tudo a pena quando a praia não é pequena, e esta, senhores, tem muito quilómetro de belas areias – uns nove quilómetros contínuos; de um lado todo o Atlântico, do outro as riquezas da ria e as visões da cidade cubista.

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