Arménia pede envio de forças russas para a fronteira com o Azerbaijão para acalmar tensão

Desde Maio que a tensão tem estado latente na fronteira entre os dois países. Governo arménio acredita que Moscovo pode ajudar a demarcar a fronteira sem o risco de novo confronto militar.

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Nikol Pashinyan, primeiro-ministro da Arménia Arnd Wiegmann

O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, propôs esta quinta-feira que tropas russas sejam destacadas para junto da fronteira do país com o Azerbaijão devido ao aumento da tensão nos últimos dias. Dias antes, a fronteira da região disputada de Nagorno-Karabakh foi palco de um dos confrontos mais intensos desde o violento reacendimento do conflito no ano passado.

O primeiro-ministro arménio acrescentou que a proposta estava a ser preparada para discutir com Moscovo. Sendo aceite, ajudaria a demarcar e delimitar a fronteira sem o risco de confrontos militares. O Kremlin afirmou estar em contacto tanto com a Arménia, como com o Azerbaijão, mas rejeitou comentar a proposta de Pashinyan.

O pedido surgiu depois de os dois países do Cáucaso se terem acusado mutuamente de violar o cessar-fogo de Novembro de 2020, mediado pela Rússia, que pôs fim ao conflito de semanas na fronteira conjunta. “Tendo em conta a situação actual, acredito que faz sentido considerar o posicionamento de militares russos ao longo de toda a fronteira da Arménia com o Azerbaijão”, disse Pashinyan, citado pela agência TASS.

As acusações foram feitas na sequência do último confronto, considerado um dos mais intensos depois do reacendimento da guerra no ano passado. Segundo o ministro da Defesa arménio, houve um tiroteio intenso numa aldeia perto da fronteira da região de Kalbajar e o ministro acusou as forças do Azerbaijão de atacarem os postos arménios perto da fronteira. O seu homólogo azeri, por sua vez, acusou as tropas arménias de “provocação”, depois de terem aberto fogo com metralhadoras e granadas, e afirmou que o seu Exército continuaria a retaliar.

De acordo com as autoridades de ambos os países, três soldados arménios morreram e quatro ficaram feridos, e dois soldados azeris ficaram feridos. Na quarta-feira foi declarado o cessar-fogo. 

O maior reacendimento do conflito no enclave de Nagorno-Karabakh, desde a guerra travada em 1991, aconteceu durante seis semanas entre Setembro e Novembro do ano passado. A região é habitada maioritariamente por arménios, mas encontra-se dentro das fronteiras reconhecidas do Azerbaijão. O acordo de Novembro, mediado pela Rússia, pôs fim ao conflito, devolveu alguns territórios ao Azerbaijão e implicou o envio de cerca dois mil soldados russos.

Mas as feridas mantiveram-se abertas, bem como a fragilidade do acordo. A tensão na fronteira tem estado latente desde Maio, quando a Arménia protestou contra o que descreve como uma incursão de tropas azeris no seu território. Já o Azerbaijão insiste que os seus soldados foram enviados para o que consideram o seu território nas áreas onde a fronteira ainda não foi demarcada.

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