Portugal ficou em oitavo “na dança de cavalos”
Equipa portuguesa de ensino ficou em oitavo na final por equipas, onde a Alemanha triunfou mais uma vez.
O silêncio tem sido o grande unificador em Tóquio no mosaico desportivo dos Jogos Olímpicos. Não há público. Mas há modalidades em que o silêncio é obrigatório para ouvir versões instrumentais em volume baixo de Queen e Coldplay. É este o som do ensino (o nome internacional é “dressage”), uma das disciplinas equestres dos Jogos Olímpicos e que teve a sua final por equipas nesta terça-feira, em Tóquio. Dominou a Alemanha, como habitual, a Grã-Bretanha deu luta e ficou em segundo, os EUA/Dinamarca ficaram com o bronze e Portugal ficou em oitavo entre os oito finalistas.
Durante os dez minutos de cada exibição, ninguém se mexe, ninguém fala. Toda a gente tem o telemóvel no silêncio. As duplas entram na pista, exibem-se perante os juízes e recebem notas que avaliam a competência do cavaleiro enquanto professor e da capacidade de aprendizagem do cavalo. Tudo isto se repete 24 vezes na final de ensino por equipas. Oito países na final, três cavaleiros por país e exibições que parecem iguais para quem vê pela primeira vez.
Todos têm de fazer os mesmos movimentos, mas não o fazem da mesma maneira e, nesta final, ninguém fez melhor do que os alemães, com um trio composto por Dorothee Schneider, Isabell Werth e Jessica Werndl, e repetindo o título de 2016. Os EUA surpreenderam e ficaram com a prata, relegando a Grã-Bretanha para o lugar mais baixo do pódio, enquanto Portugal ficou em oitavo, uma posição que só não ocupou no final da primeira volta da final – apenas a Suécia estava atrás.
Rodrigo Torres e o seu Fogoso foram a última dupla portuguesa a entrar em acção no Equestrian Park e fizeram o melhor resultado da equipa portuguesa, que também incluía Maria Caetano (com Fenix de Tineo) e João Miguel Torrão (Equador).
“Foi espectacular. Não sei se teve algum erro, mas estou super-contente”, disse o cavaleiro alentejano, que, com o Fogoso, dará seguimento ao seu desempenho olímpico nesta sexta-feira como uma das duplas na final individual.
Para Rodrigo Torres, esta participação teve um significado especial. Ele tem os Jogos Olímpicos no sangue e uma medalha no património familiar, conquistada pelo seu bisavô Domingos de Sousa Coutinho na prova de saltos por equipas nos Jogos de Berlim em 1936: “Para mim, é um sonho estar aqui, espero que ele esteja lá em cima a ver”