Ana Catarina Monteiro garante meia-final histórica
João Paulo Lopes falhou acesso à final nos 800 metros livres e Marco Freitas caiu perante o número um mundial do ténis de mesa.
A nadadora Ana Catarina Monteiro avançou para as meias-finais dos 200 metros mariposa dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, ao conseguir o 14.º melhor tempo da qualificação. A portuguesa de 27 anos conseguiu um tempo de 2m11,45s na terceira “heat”, em que ficou no quinto lugar, na estreia em Jogos Olímpicos.
O melhor tempo da qualificação pertenceu à chinesa Yufei Zhang (2m07,50s), na ausência da húngara Katinka Hosszu, uma das “estrelas” da natação em Tóquio 2020 e que não alinhou como previsto, com as duas meias-finais agendadas para quarta-feira pelas 10h57 (2h57 de Portugal) e 11h04 (3h04) e a final na quinta-feira.
A nadadora portuguesa disse-se “feliz” com um “resultado histórico para a natação”.
“Só posso estar feliz. Consegui um resultado histórico para a natação portuguesa. O tempo não é o que tenho trabalhado, é o que costumo nadar em ritmo de treino. Não apostei tudo neste dia, pois sabia que a meia-final era acessível. O objectivo está cumprido”, resumiu.
A passagem à próxima fase até estava garantida, dada a ausência da “estrela” húngara Katinka Hosszu, mas a portuguesa admitiu que não esteve longe do seu tempo, e a três segundos do recorde nacional que estabeleceu em 2018, só por estar a resguardar-se, mas também por não ter entrado “no ritmo de prova”.
“Tive covid-19 antes dos Europeus, que eram o primeiro pico de forma. Guardei algumas coisas por saber que estava controlado, e vou dar tudo”, explicou.
José Paulo Lopes, por seu lado, foi 23.º da qualificação dos 800 metros livres, falhando o acesso à final. Lopes foi quarto da respectiva série, com 7m56,15s, a mais de três segundos do recorde nacional que o próprio estabeleceu nos Europeus de Maio, em Budapeste, e ficou de fora dos oito melhores, longe do registo do ucraniano Mykhailo Romanchuk (7m41,28s).
O português tinha conseguido o 20.º melhor tempo, com recorde pessoal, nos 400 metros estilos, no sábado, na estreia em Jogos Olímpicos, com um tempo de 4m16,52s que chegou para vencer o seu “heat”, mas não para seguir em prova.
No ténis de mesa, Marcos Freitas revelou-se impotente para contrariar o líder do ranking mundial, o chinês Fan Zhendong, mas deixou um “aroma” do seu valor, na derrota por 4-1, que lhe valeu o nono lugar no ténis de mesa.
No Ginásio Metropolitano de Tóquio, Marcos Freitas, 24.º jogador do mundo, cedeu pelos parciais de 6-11, 6-11, 2-11, 11-4 e 3-11, em 38 minutos.
Fan Zhendong mostrou porque é o principal candidato ao ouro nestes Jogos Olímpicos, pois não se lhe viram fraquezas. Ainda assim, testemunhou a qualidade de Marcos Freitas quando não esteve ao seu melhor nível, com o português a exibir-se em bom plano.
Sempre muito seguro e consistente, o atleta chinês tem um serviço curto e difícil, com uma segunda bola forte que causa inúmeras dificuldades aos adversários, que dificilmente lhe fazem frente, se apenas tiverem preocupações defensivas.
Marcos Freitas, quinto no Rio 2016, vai focar-se na prova de equipas, que começa a 2 de Agosto, juntando-se a Tiago Apolónia e João Monteiro no embate frente à Alemanha, campeã da Europa.
Marcos Freitas assumiu, de resto, que Fan Zhendong “não tem fragilidades”.
“Neste nível, de número um mundial, ele não tem pontos fracos. É difícil apanhar uma brecha no seu jogo. Arrisquei mais no quarto set, tive bons períodos, com trocas de bola muito fortes, que é como temos de actuar contra este tipo de adversários. Pena não ter conseguido manter esta intensidade”, disse o madeirense.
Já Raquel Queirós, foi 27.ª classificada na prova de ciclismo “cross country”, que teve um pódio inteiramente suíço, encimado por Jolanda Neff.
Na estreia em Jogos Olímpicos, a portuguesa de 21 anos acabou a prova a 12 minutos da vencedora, que concluiu o exercício, em Izu, em 1h15m46s.
Neff bateu duas compatriotas, Sina Frei, segunda classificada, a 1m16s, e Linda Indergand, terceira, a 1m17s.
Raquel Queirós estava radiante pela estreia: “Estou muito feliz. Dei o meu melhor. O resultado foi bom e só posso estar orgulhosa. Estávamos a correr a um nível muito elevado e foi a primeira vez que defrontei a elite”.
Com mais dois anos pela frente no escalão sub-23, a ciclista atribuiu os erros cometidos à falta de “experiência a este nível”.
“Prometo trabalhar muito e estar em Paris em 2024, com mais experiência”, garantiu.
“É a melhor experiência que já tive e só quero voltar em 2024. Estamos no meio dos melhores atletas do mundo e eu também quero ser uma das melhores”.