O meu pai está a preparar-se para o fim do mundo. As alterações climáticas fazem-me pensar que devia fazer o mesmo
Não herdei a preocupação apocalíptica do meu pai. Mas as alterações climáticas estão a dar-me uma bofetada de realidade. Já há cinco anos consecutivos que desastres climáticos me têm provocado problemas pessoais. A mentalidade de prepper do meu pai voltou a vir-me à cabeça quando as temperaturas dispararam há algumas semanas, nos EUA.
O meu pai é um prepper, uma pessoa que se prepara para uma grande catástrofe. Aos 69 anos, vive sozinho num mundo subitamente assolado por incêndios florestais, calor extremo, novos vírus e agitação sociopolítica. Embora já tenha tido um estilo de vida algo nómada — vivendo entre albergues da juventude, anexos e, a dada altura, na garagem da sua mãe — agora tem uma espaçosa casa pré-fabricada no sul do Oregon, com capacidade para armazenar banheiras de plástico repletas de refeições militares prontas a comer, galões de água, uma manta de sobrevivência e uma arma de fogo. Ele acredita que o último capítulo da sua vida coincide com o último livro do Novo Testamento.
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