Março de 1961 – O início da guerra no Norte de Angola

Apesar de prévios sinais de agitação política no império e de avisos dirigidos a Salazar sobre possíveis acções a coincidir com os debates sobre as colónias portuguesas na ONU, a amplitude e a violência da revolta anticolonial de 15 de Março apanhou de surpresa a maioria dos observadores e a própria chefia da UPA de Holden Roberto

Foto
Treino de guerrilheiros de UPA antes dos ataques de 15 de Março DR

No primeiro trimestre de 1961, uma sucessão de revoltas em Angola, com características e resultados diferentes, afastou definitivamente a imagem de uma benévola colonização portuguesa, isenta de tensões raciais, distinguindo-se pela pacífica coexistência de colonizadores e colonizados. Desfeita ficou, também, a hipótese de uma transição negociada para a independência, à semelhança de outras em África. Do lado angolano, os possíveis interlocutores políticos de Salazar, pertencentes a organizações diversas, estavam no exílio ou encarcerados em Angola, após as prisões da PIDE de 1959 e 1960 (incluindo, neste caso, o médico Agostinho Neto e o padre Pinto de Andrade, transferidos para fora de Angola). Outro sinal indicador do que seria a atitude portuguesa foi, ainda em 1959, uma exibição da Força Aérea em Luanda que incluiu a demonstração de napalm, noticiada sem reservas no jornal local.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.